A LITERATURA PODE SER COMPREENDIDA A PARTIR DE DUAS PERSPECTIVAS. A PRIMEIRA, DIALOGA COM O CAMPO ARTÍSTICO, UMA VEZ QUE PODE SER PENSADA COMO UMA MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA QUE UTILIZA COMO MATÉRIA PRIMA A PALAVRA. A SEGUNDA, COMO UM COMPONENTE ESCOLAR QUE CONTEMPLA OBRAS SELECIONADAS COM OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE DISCUSSÃO. O PRESENTE ARTIGO PROCURA DISCUTIR COMO A LITERATURA COMO CAMPO DO CONHECIMENTO AINDA SOFRE INFLUÊNCIA DA COLONIALIDADE DO PODER, NOS TERMOS DEFINIDOS POR QUIJANO (2005). TEMOS COMO PREMISSA QUE A LITERATURA POSSUI UM PAPEL ESSENCIAL NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DOS ESTUDANTES E, COMO TAL, DEVEM EXPRESSAR DIFERENTES MODOS DE CONCEBER E PRODUZIR LITERATURA. ENTRETANTO, A PARTIR DE UMA INVESTIGAÇÃO COM ESTUDANTES DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO FOI POSSÍVEL PERCEBER QUE O PADRÃO DE LITERATURA EUROCENTRADO AINDA É A REFERÊNCIA PREDOMINANTE, O QUE SILENCIA OU SECUNDARIZA A LITERATURA AFRICANA. PARA QUESTIONAR ESSES MODELOS NOS UTILIZAMOS DA INTERCULTURALIDADE CRÍTICA (CANDAU, 2008) E DA PEDAGOGIA DECOLONIAL (WALSH, 2007). COMO INSTRUMENTO DE GERAÇÃO DE DADOS, APLICAMOS UM QUESTIONÁRIO ATRAVÉS DO GOOGLE FORMS. OS RESULTADOS OBTIDOS SINALIZAM A NECESSIDADE DE ELIMINAR OS SILENCIAMENTOS DA LITERATURA AFRICANA TANTO NA ESCOLA COMO FORA DELA, E A RECONHECE COMO UMA FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA A PRODUÇÃO DE NOVAS FORMAS DE PERTENCIMENTO, COMPREENSÃO E AÇÃO TRANSFORMADORAS NO MUNDO.