O presente texto tem por objetivo analisar a obra Mastigando Humanos, de Santiago Nazarian, a partir de novas perspectivas de leituras que problematizam os conceitos de romance na atualidade. Para tanto, faz-se necessária discussão a partir de conceitos clássicos de romance e sua comparação com novas propostas de leitura e discussão trazidas por Ludmer (2007), Oliveira Neto (2010), Barbosa (1983) e Resende (2008), por exemplo, ao apontarem problemas relacionados às novas perspectivas de escrita romanesca na atualidade e suas relações conflitantes com os conceitos literários clássicos de romance que ainda regem os manuais de literatura brasileira. A partir dessas discussões, busca-se tratar de novas perspectivas de leitura tomando a obra em epígrafe como exemplo em meio a um universo de produção literária que inova a cada dia, com narrativas que encontram caminhos difíceis no processo de “classificação” quanto aos gêneros literários estabelecidos pela crítica literária brasileira. Mas ainda, propõe-se tratar de elementos presentes na obra Mastigando Humanos, como a relação intrínseca entre o racional e o irracional, a problematização entre os conceitos e valores de uma proposta de construção humana nos moldes de um maquinismo, de uma forma pré-estabelecida a ser incorporada em um modelo social extremamente seletivo e excludente, mas que é metaforizado através de nossos personagens, especialmente, pelo narrador.