O universo literário constitui uma das esferas nas quais a presença feminina foi silenciada ao longo da história. No Brasil não foi diferente, mas algumas escritoras, como Carolina Nabuco, romperam esse silêncio. A Sucessora, romance da mencionada autora publicado em 1934, assim como as demais obras engendradas na fase feminina da literatura de mulheres brasileiras, apresenta a representação feminina sob a ótica estereotipada do discurso patriarcalista. O presente trabalho tem a finalidade de apresentar uma análise dos perfis das personagens femininas da obra em questão, bem como suas identidades enquanto leitoras da época. Para tanto, nos pautamos nos textos de Showalter (1994), Perrot (2007), Zolin (2009), com relação aos estudos de gênero e história das mulheres; e nas percepções de Zilberman e Lajolo (1998), quanto à história da leitura feminina no Brasil.