O termo feminino (a) faz alusão ao modo de percepção específico, particular da mulher, à sensibilidade própria com que ela percebe o mundo e os acontecimentos em seu entorno. Resumidamente, feminista é uma questão cultural, de transgressão, e feminino(a) tem uma conotação de percepção, própria e específica da sensibilidade da mulher. Esta pesquisa analisa o romance O tempo é um rio que corre da escritora gaúcha Lya Luft, com intuito de verificar se há ocorrência de características feministas e quais as particularidades que ela apresenta e quais os possíveis fatores que influencia a busca da identidade através da escrita autobiográfica. Para tanto, nossa fundamentação teórica baseia-se em Le Goff (2003) Jelin (2001), Mitre (2001), Hall (2005), Neumann (1996) e Zolin (2010). Neste trabalho, foi possível acompanhar a trajetória da protagonista com vistas a resgatar as heranças que outras mulheres de sua família lhe deixaram e organizá-las num quebra-cabeça montado, com cada peça em seu lugar, é possível dizer que a narradora pôs ordem ao caos, organizando peças e recompondo histórias que fazem parte da sua identidade. A obra O tempo é um rio que corre escrita por Lya Luft fala sobre si mesmo, mas com uma técnica narrativa que não demonstrar sua autobiografia, mas através de recursos e marcas da autoras, pelo menos foi o que se deduziu a partir do mergulho na obra, pois a escritora foi ao longo de sua autobiografia tecendo a sua identidade.