Este trabalho é parte de uma pesquisa que estamos realizando na iniciação científica (PIBIC – UEPB/CNPQ) cujo escopo é identificar as imagens acerca do índio em produção de autoria feminina do século XIX a fim de evidenciar até que ponto a autora dialoga com os códigos do Romantismo brasileiro no que tange à representação da figura indígena. Sendo assim, com o intuito de trazer parte de nossa reflexão sobre a presença do indianismo na literatura brasileira a partir da contribuição de mulheres-escritoras, o presente trabalho volta-se para o estudo do romance D. Narcisa de Villar, de Ana Luísa de Azevedo Castro, reeditado em 2000. Nosso objetivo é fazer uma leitura da referida obra não só a partir do foco na representação do índio, mas também a partir das questões de gênero, já que a diegese narrativa do romance problematiza o lugar da mulher e do índio no Brasil Colonial. Considerando-se que o nosso trabalho relaciona-se, aos estudos sobre o índio na cultura brasileira e aos estudos acerca da produção literária de autoria feminina de tempos idos, o lastro teórico em que nos subsidiamos contempla, pois, ambas as frentes de pesquisa. No que diz respeito à reflexão sobre o índio e o indianismo brasileiro, apoiamo-nos nos estudos de Bastos (2011), Coutinho (1997) e Queiroz (1962). Já no que diz respeito às questões de gênero, sobretudo à luz do criticismo literário feminista, recorremos às contribuições de Louro (1997), Muzart (2003) e Wolf (1995). Esperamos contribuir para os estudos acerca do indianismo e, notadamente, para os estudos sobre a produção literária de autoria feminina de tempos pretéritos.