Introdução
No Brasil, algumas áreas já apresentam elevados níveis de desertificação, essas compõem os Núcleos de Desertificação sendo eles: Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (RN/PB), Cabrobó (PE). O Núcleo Seridó, especificamente no Rio Grande do Norte, ocupa 2.792.418 km² do território potiguar, sendo seis municípios que o compõe: Acari, Carnaúba do Dantas, Cruzeta, Currais Novos, Equador e Parelhas (RIO GRANDE DO NORTE, 2010). Os relatórios do IPCC, revelam cenários pessimistas com maior aumento de temperatura em 5ºC, o semiárido brasileiro, pela influência das mudanças climáticas tende a um quadro de desertificação avançado, aumentando totalmente a problemática hídrica, bem como a econômica e social (MARENGO, 2008).
Objetivo
Analisar se os municípios do Núcleo de Desertificação Seridó, especificamente no Estado do Rio Grande do Norte, estão implementando estratégias de gestão hídrica e socioambiental, levando em consideração as mudanças climáticas para adaptação aos riscos da seca e da desertificação.
Metodologia
Quanto ao objetivo este artigo caracteriza-se como exploratório-descritivo. Quanto a natureza do problema, a pesquisa apresenta-se como qualitativa, consistindo na verificação da presença ou ausência de uma determinada característica de conteúdo, comparando dados obtidos com algum padrão de adequação ou desempenho (FRANCO, 2003).
Os dados foram coletados, por meio da pesquisa bibliográfica em sites oficiais de órgãos governamentais, artigos e dissertações. Também, foram analisados dados da base de dados dos municípios do IBGE, do ano de 2017, referente as variáveis de meio ambiente e gestão de riscos nos seis municípios que compõe o Núcleo de Desertificação Seridó, no Estado do Rio Grande do Norte.
Resultados
Segundo dados do IBGE 2017, os municípios relataram enfrentar problemas relacionados à seca, principalmente, no ano de 2015, onde foram observados episódios de diminuição da vazão de corpos de água, diminuição de fauna e flora, bem como perdas financeiras, agrícolas, animais, etc. informações detalhada de cada um dos seis municípios podem ser observadas no quadro abaixo.
Tendo em vista, que esses problemas podem ser agravados, deve-se enfatizar que desertificação e as mudanças climáticas, como processos que envolvem múltiplas causas e efeitos, requerem uma ação de Governo voltada para a criação de instrumentos e política de recursos hídricos, gestão ambiental e combate aos efeitos da seca. E esses municípios com processos de desertificação avançados devem ser objetos de identificação de demandas e de implementação de políticas locais.
Em relação a ações de minimização dos efeitos da seca, a maioria dos municípios relataram que a construção de cisternas e açudes foram os principais aliados. Contudo, todos os municípios ainda recorreram a ações emergenciais como o abastecimento por carros-pipa para superar a falta de água nos períodos de estiagem.
Considerações Finais
As mudanças climáticas aumentarão a problemática da água e consequentemente os processos de desertificação. Dessa forma, os efeitos já sentidos no NDS serão intensificados, aumentando ainda mais os desafios da gestão hídrica e socioambiental. Isso tudo terá efeito direto na produção agrícola, na vegetação e fauna da caatinga, bem como na garantia do acesso a água.
Referências
MARENGO, J. Vulnerabilidade, impactos e adaptação à mudança do clima no semi-árido do Brasil. Parcerias Estratégicas, v.27, p.149-75, 2008.
RIO GRANDE DO NORTE. Secretária de recursos Hídricos – SERHID. PROGRAMA DE AÇÃO ESTADUAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DA SECA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - PAE/RN. Natal/RN. 2010.
FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de conteúdo. Brasília: Plano Editora, 2003.