Introdução: Dentre os problemas relacionados ao uso da água, pode-se citar a falta de saneamento em diversas regiões do país e o elevado volume de água utilizado na irrigação, onde são utilizados aproximadamente 72% da água (ANA, 2013) comprometendo o abastecimento de zonas rurais e urbanas. Esses fatores contribuem para a escassez hídrica, principalmente nas regiões semiáridas, comprometendo a produção de forragens para alimentação animal podendo levar à morte de animais e prejuízos econômicos no período de estiagem. Uma possível saída da referida problemática se relaciona ao reúso da água na agricultura, possibilitando o aproveitamento de nutrientes presentes e economia hídrica.
Objetivos: Realizar, em fase experimental, o estudo comparativo do crescimento e desenvolvimento da espécie forrageira Opuntia cochenillifera (L.) Mill. (Cactaceae) na irrigação utilizando água de reúso, da água de abastecimento e do regime sequeiro.
Metodologia: A pesquisa foi executada nas instalações do IFAL – Campus Piranhas onde foi realizado o tratamento das águas residuais através de filtros biológicos. Foi utilizada a palma miúda, por ser resistente à seca e uma ótima alternativa como fonte energética na alimentação dos animais em períodos de escassez hídrica. O plantio foi realizado em uma área experimental com 12m x 8m de extensão. O delineamento experimental se deu em blocos casualizados com quatro repetições, com por três tipos tratamento, sem irrigação, irrigação com água de abastecimento e com água de reuso, totalizando 12 parcelas experimentais com 60 plantas totais e 10 plantas úteis para as analises de crescimento. A irrigação se deu por gotejamento com aplicação de 5,0 litros de água por metro linear a cada oito dias. Para análise de crescimento das palmas, foram avaliados: altura, largura, espessura, produtividade de matéria verde, matéria seca e eficiência do uso da água.
Resultados: A média da produtividade de matéria verde com água residual foi 125% maior do que com a água de abastecimento. O tratamento que recebeu água residual apresentou a maior média de altura que foi de 14,68 cm. Em relação à largura, o tratamento água de abastecimento e água residual não apresentaram diferença significativa em suas médias. Com relação à espessura, o tratamento água de reuso apresentou média 1,04 cm, sendo a maior média. A produção de matéria seca apresentou menor média para o tratamento com água residual, e maior média para o tratamento sem irrigação. Portanto, se a palma forrageira apresenta baixa porcentagem de matéria seca, possui então, altos teores de água. A maior eficiência de água foi observada no tratamento sem irrigação, devido ao fato de ter utilizado somente a água da chuva e ter produzido uma quantidade considerável de matéria seca.
Considerações finais: As análises estatísticas mostraram que com a utilização da água residual tratada na irrigação de palma miúda, os cladódios se mostraram maiores e mais espessos, quando comparados com o tratamento que recebeu água de abastecimento e o regime sequeiro. Com isso, utilizando água de reuso, a produção de matéria verde foi 125% maior do que com o uso da água de abastecimento. Contudo, foi o tratamento que obteve a menor porcentagem de matéria seca, isso se deve ao fato das palmas possuírem maiores teores de água, sendo então uma boa fonte hídrica na para animais de regiões semiáridas.