A formação de novos quadros de pesquisadores no Brasil passa por processos de transformações sociais. Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência sobre o processo de devolutiva de conhecimento dos autores deste texto. A metodologia utilizada para esta escrita é relato de experiência envolvendo a sistematização de conclusões parciais sobre a importância de realizar ações devolutivas das pesquisas universitárias com os sujeitos envolvidos. Consideramos que a ampliação das políticas de ensino superior; as contradições que a acompanham na realidade brasileira possibilitaram a presença, de sujeitos de diferentes povos e etnias nas universidades e em diferentes áreas do conhecimento. Este trabalho vem apresentar reflexões sobre o compromisso social dos pesquisadores universitários no Nordeste do Brasil, uma de origem indígena latino-americana e outro de origem africana. Este trabalho trata de iniciativas voltadas ao fortalecimento da organização social de indígenas do povo Pankararu da aldeia Bem Querer, no Sertão de Pernambuco a partir do planejamento e execução de atividades de formação socioeducativas realizadas por dois pesquisadores da UFPE. No primeiro tópico serão apresentadas reflexões sobre a função social da universidade e em seguida, relato da experiência de diálogo e criação de espaços sócio educacionais junto aos indígenas Pankararu. Também são apresentadas reflexões sobre a questão étnico-racial no Benin, na busca por interlocução do conhecimento entre diferentes experiências de organização social e de auto reconhecimento identitário de diferentes povos. A Universidade pública tem a função muito importante: produzir e difundir conhecimento. Neste trabalho serão apresentados os processos metodológicos das atividades realizadas na aldeia Bem Querer de Cima. Com base no diálogo entre elementos empíricos da vivência particular dos autores e elementos de pesquisas realizadas sobre o tema, o texto pretende chamar a atenção para as demandas da relação entre universidades, produção da pesquisa e comunidade. Desse modo, apresentamos uma metodologia construída pelos autores (uma assistente social e um estatístico economista) para a realização de atividades durante o trabalho de campo. Levando em consideração as mudanças reais, objetivas e subjetivas impostas às populações indígenas e às populações vindas da África para o Brasil no período da colonização, a partir de uma síntese de todo processo de apagamento cultural e impedimentos de participação política e social dessas populações na dinâmica geral da sociedade brasileira, considera-se que os processos de organização social, fortalecimento do conhecimento político e melhorias das condições materiais favoreceram conquistas de muitos direitos sociais hoje reconhecidos pelo sistema jurídico brasileiro. A metodologia envolve uma análise de uma realidade particular; uma análise de um “Estudo de Caso” (Laville & Dionne, 1999). Durante o ano de 2018 foram realizadas quatro atividades socioeducativas na aldeia: duas oficinas, duas rodas de conversa. Este ano ainda serão realizadas mais três atividades pelos pesquisadores, todas como eventos de extensão da UFPE. As atividades realizadas tinham com objetivo geral, criar espaços de socialização dos conhecimentos adquiridos na Universidade e realizar o planejamento de novas atividades voltadas ao fortalecimento da organização social local. Entre as considerações finais, as atividades comunitárias realizadas pelos pesquisadores pós-graduandos em 2018 contribuem para fortalecer a organização social do povo indígena da aldeia Bem Querer de Cima, por se tratar da importante criação de espaços de debate e formação social. Conclui-se os moradores da aldeia Bem Querer de Cima relatam os diferentes momentos de racismo e preconceitos vividos na região. Consideramos imprescindível a organização dos sujeitos a partir de diferentes espaços de conversa e compartilhamento de informações sobre a história, a origem e os processos de formação das aldeias no Sertão de Pernambuco para o fortalecimento da identidade e a melhoria da organização social em favor da defesa dos direitos dos moradores da aldeia.