Artigo Anais CONADIS

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-186X

TECNOLOGIAS DE REUSO E A POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO NO SEMIÁRIDO PARA UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS.

Palavra-chaves: REUSO DE ÁGUA, PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA, SEMIÁRIDO BRASILEIRO Comunicação Oral (CO) AT 07 - Qualidade e acesso às águas do Semiárido
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Publicado em 07 de dezembro de 2018

Resumo

Introdução: O Brasil contém características hidrológicas muito heterogêneas ao longo do seu território (TUCCI; HESPANHOL; NETTO, 2001). Com uma das situações mais criticas, o semiárido brasileiro tem se tornado alvo de estudos para melhorar o gerenciamento dos recursos hídricos. Nesse aspecto, o reuso de águas servidas tem sido uma das ferramentas utilizadas para proporcionar o consumo sustentável da água. Em vista disso, a otimização das tecnologias e inovações de reuso, tanto na dimensão técnica quanto na econômica, corrobora para utilização desse mecanismo em maior escala, principalmente por regiões que apresentam longos períodos de estiagem ou má distribuição dos recursos hídricos. Desse modo, percebendo que nas patentes se pode encontrar uma grande gama de inovações com potencial de uso, o trabalho visa quantificar o número de patentes registradas no Brasil que apresentam como premissa o reuso de água. Também é objetivo categorizar as tecnologias encontradas e relacionar com a condição do semiárido, demonstrando a importância e a adequação do seu uso. Ainda pretende comparar entre países a quantidade de patentes registradas, com o objetivo de entender se estamos em progresso considerável no desenvolvimento de mecanismos de reutilização para solucionar o constante problema de oferta e demanda dos recursos hídricos. Metodologia: O trabalho utilizou a prospecção tecnológica para quantificar tecnologias relacionadas a reuso de água, pois se observa nessa ferramenta de busca uma grande capacidade de levantar inovações e o estágio do saber científico em determinada área do conhecimento (QUINTELLA et al., 2011). A pesquisa do número de registros de patentes foi feita no banco de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e da World Intellectual Property Organization (WIPO). As palavras-chave utilizadas no INPI foram “reuso água” e no título e resumo dos campos de pesquisa e “reutilização água” apenas no título. Já na base internacional a busca foi feita também no título e no resumo com as palavras-chave “reuse water”. A busca foi realizada no dia 13 de setembro de 2018. Com as informações coletadas foi utilizado o software Microsoft Excel 2010 para o tratamento e geração de figuras que auxiliam a compreensão dos resultados. Resultados: Realizada a busca no título com as palavras-chave “reuso água” obteve-se como resultado 59 patentes e a maioria correspondeu a modelos de utilidade, indicando que as inovações não tem se concentrado a desenvolver novos processos de tratamento. Além disso, foi possível observar que o número mais significativo de registros ocorreu entre 2015 e 2016, o que pode estar relacionado a grave crise hídrica vivenciada tanto pela região Sudeste quanto pelo semiárido, indicando que houve interesse em amenizar a problemática vivenciada. As inovações encontradas apresentam soluções para diversos usos e com resíduo líquido de várias origens, se destacando o reuso em residências, para descarga em bacias sanitárias e a utilização de águas advindas de lavatórios de roupas. Ao comparar a quantidade de tecnologias desenvolvidas no Brasil e em outros países, foi possível perceber que o número de registros no nosso país é maior que em alguns países desenvolvidos. Considerações finais: Por fim, foi possível perceber que o Brasil apresenta uma grande quantidade de tecnologias de reuso com potencial de aplicação no semiárido, podendo servir como uma ferramenta sustentável para o consumo dos recursos hídricos nessa região que ao longo da historia já foi alvo de longos períodos de estiagem. Sendo assim, para que as inovações passem a ser mais difundas, sobretudo no semiárido, faz-se necessário uma efetiva atuação dos órgãos públicos tentando quebrar uma barreira cultural que ainda existe nesse aspecto. Para conseguir isso de forma eficaz, é conveniente fazer uso da educação, informação, acompanhamento, interação e diálogo (HESPANHOL, 2002).

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