Este artigo resulta de pesquisa que investigou a recente reformulação do ensino médio, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, com análise da legislação federal que normatiza esta etapa da educação básica, cotejada com documentos legais da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, SEEDUC-RJ, e alguns depoimentos de professores de uma escola estadual fluminense. Objetivamos analisar as concepções subjacentes às leis que vêm regendo a política educacional para o ensino médio na última década, recuperando aspectos significativos de documentos legais deste período, com destaque para itens da Resolução nº 4 de 2010 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, Resolução nº 2 de 2012, documentos estes que traduzem uma concepção emancipadora de formação, em oposição à concepção presente no PL 6840/13, na Lei 13.415/17 que alterou artigos da Lei 9.394/96, a LDB, e à Base Nacional Comum do Currículo, BNCC. Buscamos avaliar as tensões presentes nas formulações de projetos pedagógicos que disputaram espaço nos últimos anos em que se buscou elaborar uma proposta de reformulação que viesse a contemplar as necessidades de formação dos jovens pertencentes à faixa etária correspondente ao ensino médio, verificando que a legislação mais recente se articula com o movimento global que, no afã de atender às demandas imediatas do mercado, empobrece o currículo desta importante etapa da educação básica, suprimindo a dimensão intelectual do trabalho do professor, acentuando a desigualdade social e não possibilitando o acesso igualitário ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade para todos os nossos jovens .