Considerando a tira um gênero textual muito frequente no dia a dia e presente nos mais diversos meios de comunicação, jornais, revistas e, atualmente, nas redes sociais, esse gênero textual têm obtido espaço também nos livros didáticos, com isso vem se tornando presente nas salas de aula. É um texto de caráter geralmente humorístico, com imagens atreladas aos diálogos e com uma linguagem acessível o que pode ser alguns dos motivos de atraírem tantos leitores. Sua utilização em sala de aula é de grande importância, pois é possível trabalhar a linguagem de forma geral e a interpretação não apenas de texto, mas também a leitura de imagens. Porém, observa-se que a interpretação desse gênero por parte dos alunos é, ainda, muito falha, visto que muitos não têm o hábito de fazer inferências no momento da leitura, o que acaba causando uma interpretação malsucedida. Portanto, pretendemos destacar alguns subsídios que corroboram no processo interpretativo, visto que é um gênero que requer do leitor um conhecimento para além do linguístico. Neste contexto, nós objetivamos demonstrar a relevância da inferência na atividade de interpretação textual, com enfoque, especificamente, no gênero tira. Para tanto, baseamo-nos na teoria de Bakhtin, Marcuschi, Coscarelli, dentre outros que estudam os gêneros textuais e o processo inferencial, bem como destacam a importância e funcionalidade de ambos para o aperfeiçoamento da interpretação textual no ensino-aprendizagem. Assim, analisamos 2 atividades propostas, que envolvem o gênero acima citado, em um livro didático do 8º ano da Editora Construir, observando se a proposição sugerida no livro instiga o aluno a inferir ou a apenas decodificar. Dessa forma, nosso trabalho pode proporcionar uma reflexão aos estudiosos e professores da área, que podem refletir sobre a elaboração e aplicação de atividades de interpretação envolvendo o gênero textual tira.