Este artigo tem como objetivo estudar o papel do leitor na construção do gênero digital literário Hiperconto Multissemiótico. Para tanto, o procedimento metodológico utilizado neste estudo será o levantamento bibliográfico, apoiado, principalmente, nos pressupostos teóricos de autores como Spalding (2009), Mestre (2017), ROJO (2013), entre outros. Além da pesquisa bibliográfica, utilizaremos prints referentes às interfaces do gênero digital, para a realização da análise. O corpus deste trabalho corresponde ao Hiperconto Multissemiótico escrito por Marcelo Spalding, intitulado “Um estudo em Vermelho” (2009). O hiperconto analisado pode ser considerado um hipertexto, pois se constrói a partir da interatividade entre leitor e texto, além de sua estrutura permitir a criação de diferentes percursos de leitura. O gênero em questão é fruto do movimento em defesa da literatura digital, entendida como uma literatura que tira proveito dos recursos do ciberespaço para potencializar a narrativa, agregando a ela múltiplas linguagens. Percebeu-se nesta pesquisa a importância do leitor para a construção do(s) sentido(s), pois a narrativa digital se constrói a partir de uma interatividade explícita, já que o Hiperconto Multissemiótico é fruto de um processo de leitura/escritura, pois à medida que está sendo lido, também está sendo coproduzido por um leitor/escritor, promovendo assim uma reformulação no conceito de leitor e nos modos de leitura.