“E todos foram felizes para sempre”. Desfechos como estes compõem o imaginário de grande parte daqueles que assistem novelas ou que são leitores dos romances românticos. Nesse sentido, o cinema de massa tem reproduzido, em larga escala, filmes em que o enredo começa bem, seguido de algum tipo de conflito e que termina tudo em harmonia, baseado no que Todorov (1986) chama de narrativa ideal. Talvez, por isso a narrativa do filme Crepúsculo tenha atraído tantos jovens. Aqui, o amor vence muitas barreiras e se aproxima do Ideal do Amor Romântico, presente no século XIX. Nesse sentido, o propósito deste artigo é apresentar um dialogo entre uma cena do filme e o poema Se se morre de amor, de Gonçalves Dias (1852) como uma sugestão metodológica de reinterpretar o cânone, conforme a proposta apresentada por Jauss (1975), no intuito de contribuir para a leitura do clássico no Ensino Médio.