Esta proposta pretende fazer a divulgação de parte dos documentos constantes dos onze “Álbuns: o que dizem dele”, em estágio inicial de pesquisa, os quais reúnem manuscritos, fotografias, contos inéditos em livro e em jornal, cartas, crônicas, comendas, notícias em periódicos locais e de outras localidades, sobre José Maria Moreira Campos (1914 – 1994). Os Álbuns encontram-se sob a guarda do Acervo do Escritor Cearense, na Universidade Federal do Ceará, os quais foram organizados por Maria José Alcides Campos, esposa do escritor cearense, que os datou de 21.01.1955, o início do primeiro “álbum”, e de 18.10.1996, o último, isto é, o décimo primeiro, finalizado dois anos depois da morte do contista. Destaca-se nos “álbuns”, em relação à sua organização minuciosa, com recortes de jornal, entrevistas, Crítica Literária escrita por Moreira Campos ou por outros escritores, sobre sua obra, o fato de que, ao longo de quarenta e um anos, salvo de 1995 a 1996, de documentos póstumos, o pesquisador lida com uma memória em fragmentos (SELIGMAN – SILVA, 2002, 99). Ele apreende, no ato mesmo de reunir, de colecionar, de organizar os documentos e as imagens de uma vida recortada (GRÉSILLON, 1991, 7), os caminhos e os movimentos de circulação do escritor na sociedade de seu tempo, entre seus pares, na interação com seus leitores, participando da vida acadêmica como professor da UFC, da vida cultura, social e artística de sua cidade, Fortaleza. Esta pesquisa de historiografia literária e cultural concentra-se no que outros disseram de Moreira Campos, com a finalidade de apreendermos os movimentos do criador de ficções, do intelectual, na gênese de sua criação, no dia-a-dia em que as peças foram sendo ajustadas uma a uma nas páginas dos “álbuns”, para serem descritas, analisadas e interpretadas dentro do Projeto literário do escritor.