ESPAÇO-TEMPO NO HAICAI E EM SUAS TRADUÇÕES
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Essa percepção passa, necessariamente, pelos campos do espaço e do tempo, na forma como eles são intuídos e explorados nas tradições literárias do ocidente e do oriente. Através da análise do haicai da rã, composto por Matsuo Bashô, no século XVII, em cotejo com duas traduções para o português do referido poema, o trabalho analisa essas torções espaço-temporais implícitas na transposição do texto. As transcrições estudadas obedecem a procedimentos distintos de tradução: o experimento poético proposto por Haroldo de Campos sobre o trabalho de Bashô e a tentativa de literalidade ensaiada por Paulo Franchetti e Elza Taeko Doi. Considera-se, em um primeiro momento, as próprias especificidades da língua e do sistema ideográfico do japonês, identificando nesses aspectos o que interfere na própria percepção do leitor. 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