Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

AUTOFICÇÃO: ENTRE O ESPETÁCULO E O ESPETACULAR

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Só como exemplo de publicações nacionais que ocupam a primeira década do século XXI, obras como O autor mente muito (2001), de Carlos Sussekind e Francisco Daudt da Veiga, Nove noites (2002), de Bernardo Carvalho, Budapeste (2003), de Chico Buarque, Berkeley em Bellagio (2003) e Lorde (2004), de João Gilberto Noll, O falso mentiroso: memórias (2004), de Silviano Santiago, Joana a contragosto (2005), de Marcelo Mirisola, A chave de casa (2007), de Tatiana Salem Levy, Retrato desnatural (diários 2004-2007) (2008), de Evando Nascimento, e Ribamar (2010), de José Castello, lançam mão, cada uma a seu modo, de estratégias autorreflexivas em suas urdiduras, franqueando uma mútua permeabilidade entre autor e narrador. Encontramos aí desde a presença, em maior ou menor grau, de marcas autorais (como ocorre em todos esses romances), até sutis jogos especulares que visam a pôr em xeque a autoridade autoral daquele que assina a obra (é o caso especialmente de Budapeste). Uma parte expressiva da crítica literária atual designa essas obras como “autoficção”, adotando o termo registrado por Serge Doubrovsky na quarta capa de sua obra Fils, publicada em 1977, e considerada uma espécie de resposta a uma das casas cegas do quadro classificatório elaborado por Philippe Lejeune, teórico das escritas do eu. Em consonância com a proposta deste simpósio, que prevê, dentre outras abordagens possíveis envolvendo as “Histórias e formas do romance”, a consideração “[d]a ficcionalização de si e da condição do próprio romancista como personagem de muitas narrativas do presente”, proponho a discussão das seguintes questões: 1) superada a cisão dualista verdade x ficção, alçada ao umbral da indecidibilidade, que implicações decorrem dessas interrelações para a construção identitária da voz em primeira pessoa?; 2) que efeitos produzem nas categorias autor e narrador essa referencialidade inscrita no interior da ficção?; 3) que reflexões podemos extrair do paradoxo que envolve as obras autoficcionais, paradoxo que abarca as discussões recentes envolvendo, de um lado, a crítica do sujeito pleno, cartesiano, e, de outro lado, o impulso narcisista votado à exposição da intimidade, alimentado pela economia do espetáculo?; e 4) tendo na mira as obras autoficcionais, que (provisórias) conclusões podem ser formuladas ao nos interrogarmos “sobre a permanência e transformação do estatuto do gênero [romance] na contemporaneidade”? 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Em consonância com a proposta deste simpósio, que prevê, dentre outras abordagens possíveis envolvendo as “Histórias e formas do romance”, a consideração “[d]a ficcionalização de si e da condição do próprio romancista como personagem de muitas narrativas do presente”, proponho a discussão das seguintes questões: 1) superada a cisão dualista verdade x ficção, alçada ao umbral da indecidibilidade, que implicações decorrem dessas interrelações para a construção identitária da voz em primeira pessoa?; 2) que efeitos produzem nas categorias autor e narrador essa referencialidade inscrita no interior da ficção?; 3) que reflexões podemos extrair do paradoxo que envolve as obras autoficcionais, paradoxo que abarca as discussões recentes envolvendo, de um lado, a crítica do sujeito pleno, cartesiano, e, de outro lado, o impulso narcisista votado à exposição da intimidade, alimentado pela economia do espetáculo?; e 4) tendo na mira as obras autoficcionais, que (provisórias) conclusões podem ser formuladas ao nos interrogarmos “sobre a permanência e transformação do estatuto do gênero [romance] na contemporaneidade”? 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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

No circuito da ficção brasileira contemporânea, há um enorme contingente de relatos em primeira pessoa que, de alguma forma, apontam para a figura extratextual do autor, operando uma autorreflexividade identificada em diferentes escalas, fenômeno que, vale ressaltar, se propaga também na literatura estrangeira atual. Só como exemplo de publicações nacionais que ocupam a primeira década do século XXI, obras como O autor mente muito (2001), de Carlos Sussekind e Francisco Daudt da Veiga, Nove noites (2002), de Bernardo Carvalho, Budapeste (2003), de Chico Buarque, Berkeley em Bellagio (2003) e Lorde (2004), de João Gilberto Noll, O falso mentiroso: memórias (2004), de Silviano Santiago, Joana a contragosto (2005), de Marcelo Mirisola, A chave de casa (2007), de Tatiana Salem Levy, Retrato desnatural (diários 2004-2007) (2008), de Evando Nascimento, e Ribamar (2010), de José Castello, lançam mão, cada uma a seu modo, de estratégias autorreflexivas em suas urdiduras, franqueando uma mútua permeabilidade entre autor e narrador. Encontramos aí desde a presença, em maior ou menor grau, de marcas autorais (como ocorre em todos esses romances), até sutis jogos especulares que visam a pôr em xeque a autoridade autoral daquele que assina a obra (é o caso especialmente de Budapeste). Uma parte expressiva da crítica literária atual designa essas obras como “autoficção”, adotando o termo registrado por Serge Doubrovsky na quarta capa de sua obra Fils, publicada em 1977, e considerada uma espécie de resposta a uma das casas cegas do quadro classificatório elaborado por Philippe Lejeune, teórico das escritas do eu. Em consonância com a proposta deste simpósio, que prevê, dentre outras abordagens possíveis envolvendo as “Histórias e formas do romance”, a consideração “[d]a ficcionalização de si e da condição do próprio romancista como personagem de muitas narrativas do presente”, proponho a discussão das seguintes questões: 1) superada a cisão dualista verdade x ficção, alçada ao umbral da indecidibilidade, que implicações decorrem dessas interrelações para a construção identitária da voz em primeira pessoa?; 2) que efeitos produzem nas categorias autor e narrador essa referencialidade inscrita no interior da ficção?; 3) que reflexões podemos extrair do paradoxo que envolve as obras autoficcionais, paradoxo que abarca as discussões recentes envolvendo, de um lado, a crítica do sujeito pleno, cartesiano, e, de outro lado, o impulso narcisista votado à exposição da intimidade, alimentado pela economia do espetáculo?; e 4) tendo na mira as obras autoficcionais, que (provisórias) conclusões podem ser formuladas ao nos interrogarmos “sobre a permanência e transformação do estatuto do gênero [romance] na contemporaneidade”? O presente estudo será subsidiado por pensadores como Philippe Lejeune, Leonor Arfuch, Michel Foucault, Norbert Elias, Guy Debord, dentre outros.

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