Este texto é uma incursão e ao mesmo tempo uma imersão no debate sobre a autoria, passando pela intertextualidade e multiculturalidade em Mário de Andrade, expressas nas páginas de Macunaíma – o herói sem nenhum caráter. A escolha do tema se justifica por tratar-se de um dos maiores expoentes do Modernismo brasileiro, abordando o seu processo irrompedor que subverte e ultrapassa as barreiras dos gêneros literários fixos. Concernente aos objetivos, pretende-se demonstrar a influência do momento histórico às rupturas estéticas e como estas foram responsáveis por uma criação artística contributiva para uma mudança do modus vivendi do povo brasileiro independente de direito, há 100 anos, mas, ainda, dependente, de fato, quando da Semana de Arte Moderna; e, além disso, abordar temáticas igualmente relevantes como a questão do ‘autor vivo’ e das práticas intertextuais. Quanto aos referenciais teóricos, utilizar-se-ão aportes da Ciência Literária, da História e de estudos culturais. No tocante à metodologia, inicia-se pelo contexto do autor, passando-se para uma leitura prospectiva de Macunaíma, à luz dos referenciais teóricos supramencionados, a fim de compreender-se como se inter-relacionam esses patrimônios culturais tangíveis e intangíveis. Esta pesquisa pretende ser mais um contributo aos estudos literários e ao ensino de literatura, neste contexto de interdisciplinaridade.