Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

VARIAÇÕES SOBRE A CENA DO ENCONTRO AMOROSO: TOUTE UNE NUIT, DE CHANTAL AKERMAN

0 of 0
"2013-07-12 00:00:00" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
0 of 0
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php #connection: "mysql" +table: "artigo" #primaryKey: "id" #keyType: "int" +incrementing: true #with: [] #withCount: [] +preventsLazyLoading: false #perPage: 15 +exists: true +wasRecentlyCreated: false #escapeWhenCastingToString: false #attributes: array:35 [ "id" => 4287 "edicao_id" => 14 "trabalho_id" => 900 "inscrito_id" => 1259 "titulo" => "VARIAÇÕES SOBRE A CENA DO ENCONTRO AMOROSO: TOUTE UNE NUIT, DE CHANTAL AKERMAN" "resumo" => "Dentre as prolíficas discussões em torno das teorias do afeto, uma questão se coloca com notável persistência: como proceder às articulações conceituais, críticas e analíticas entre diferentes instâncias de apreensão de uma obra, comumente organizadas em torno de pares tais como sensação e cognição, presença e sentido, afetivo-performativo e narrativo. Enquanto os teóricos coincidem na necessidade de discernir, em suas abordagens, aquilo que assinalaria a especificidade do conceito de afeto, os modos pelos quais as diferenciações conceituais operam no confronto com formas sensíveis e objetos específicos de análise tendem a variar enormemente. Via de regra, é mediante esse jogo de tensões que a própria história do conceito se delineia.De que maneira, então, o afeto – entendido como dimensão que implica sensações e forças assubjetivas, pré-conscientes e impessoais – se entrelaça com uma dimensão formada, elaborada conscientemente e na qual o espectador termina por investir uma série de significações? A fim de encaminhar um modo possível de acessar tais questionamentos, proponho tomar como ponto de partida um elemento específico, qual seja, a constituição da cena de encontro entre os amantes, conforme elaborada por um filme em particular: Toute une nuit (1982), da cineasta belga Chantal Akerman. Com isso, pretendo discutir em que medida um repertório imagético pervasivo, saturado de significações – o das imagens do amor no cinema – pode mobilizar componentes sensuais/sensoriais que causam uma torção nos tropos e formas sobrecodificadas da imaginação amorosa, de modo a suscitar um engajamento afetivo no espectador.Ivone Margulies (1996) define a imagem-clichê como aquela que “é conhecida antes mesmo de ser vista”, e tanto ela quanto Marion Schmid (2010) – ambas autoras de trabalhos monográficos que se estendem longamente sobre o trabalho de Akerman – coincidem em apontar o clichê como recurso expressivo relevante para a constituição do projeto estético da realizadora a partir dos anos oitenta, fase inaugurada justamente com Toute une nuit. Diante disso, perguntamos: seria a imagem clichê, dada sua sobrecodificação e exaustão, bem como a forte carga cultural, social e histórica nele investida, inconciliável com as discussões em torno do conceito de afeto? Em que medida o cinema pode, pela reapropriação de lugares comuns, estabelecer torções no repertório das imagens de amor, abrindo-as para novas potencialidades expressivas?Recorrendo também a críticos como Alain Phillipon (1982) e Dominique Païni (2004), busco argumentar que, mediante procedimentos tais como a fragmentação narrativa, a repetição submetida a variações e a serialização, bem como a colocação em primeiro plano da performatividade do corpo que elabora os gestos implicados nos movimentos da dinâmica amorosa – a espera, o encontro, o enlace, a separação –, o filme em questão logra desprender um excesso que nos leva a adiar a assimilação de tais cenas ao âmbito do já visto a fim de explorar, pelo contrário, as propriedades materiais da interação entre os amantes, encontrando aí um modo de engajamento com as imagens do amor no cinema.Dentre as prolíficas discussões em torno das teorias do afeto, uma questão se coloca com notável persistência: como proceder &" "modalidade" => null "area_tematica" => null "palavra_chave" => null "idioma" => null "arquivo" => "Completo_Comunicacao_oral_idinscrito_1259_381f8fee1f7f88af8f335f547fe7e339.pdf" "created_at" => "2020-05-28 15:52:50" "updated_at" => "2020-06-10 13:11:26" "ativo" => 1 "autor_nome" => "FABIO ALLAN MENDES RAMALHO" "autor_nome_curto" => "FABIO RAMALHO" "autor_email" => "fabioallanm@gmail.com" "autor_ies" => "UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO" "autor_imagem" => "" "edicao_url" => "anais-abralic-internacional" "edicao_nome" => "Anais ABRALIC Internacional" "edicao_evento" => "XIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada" "edicao_ano" => 2013 "edicao_pasta" => "anais/abralic/2013" "edicao_logo" => "5e48acf34819c_15022020234611.png" "edicao_capa" => "5f17347012303_21072020153112.jpg" "data_publicacao" => null "edicao_publicada_em" => "2013-07-12 00:00:00" "publicacao_id" => 12 "publicacao_nome" => "Revista ABRALIC INTERNACIONAL" "publicacao_codigo" => "2317-157X" "tipo_codigo_id" => 1 "tipo_codigo_nome" => "ISSN" "tipo_publicacao_id" => 1 "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento" ] #original: array:35 [ "id" => 4287 "edicao_id" => 14 "trabalho_id" => 900 "inscrito_id" => 1259 "titulo" => "VARIAÇÕES SOBRE A CENA DO ENCONTRO AMOROSO: TOUTE UNE NUIT, DE CHANTAL AKERMAN" "resumo" => "Dentre as prolíficas discussões em torno das teorias do afeto, uma questão se coloca com notável persistência: como proceder às articulações conceituais, críticas e analíticas entre diferentes instâncias de apreensão de uma obra, comumente organizadas em torno de pares tais como sensação e cognição, presença e sentido, afetivo-performativo e narrativo. Enquanto os teóricos coincidem na necessidade de discernir, em suas abordagens, aquilo que assinalaria a especificidade do conceito de afeto, os modos pelos quais as diferenciações conceituais operam no confronto com formas sensíveis e objetos específicos de análise tendem a variar enormemente. Via de regra, é mediante esse jogo de tensões que a própria história do conceito se delineia.De que maneira, então, o afeto – entendido como dimensão que implica sensações e forças assubjetivas, pré-conscientes e impessoais – se entrelaça com uma dimensão formada, elaborada conscientemente e na qual o espectador termina por investir uma série de significações? A fim de encaminhar um modo possível de acessar tais questionamentos, proponho tomar como ponto de partida um elemento específico, qual seja, a constituição da cena de encontro entre os amantes, conforme elaborada por um filme em particular: Toute une nuit (1982), da cineasta belga Chantal Akerman. Com isso, pretendo discutir em que medida um repertório imagético pervasivo, saturado de significações – o das imagens do amor no cinema – pode mobilizar componentes sensuais/sensoriais que causam uma torção nos tropos e formas sobrecodificadas da imaginação amorosa, de modo a suscitar um engajamento afetivo no espectador.Ivone Margulies (1996) define a imagem-clichê como aquela que “é conhecida antes mesmo de ser vista”, e tanto ela quanto Marion Schmid (2010) – ambas autoras de trabalhos monográficos que se estendem longamente sobre o trabalho de Akerman – coincidem em apontar o clichê como recurso expressivo relevante para a constituição do projeto estético da realizadora a partir dos anos oitenta, fase inaugurada justamente com Toute une nuit. Diante disso, perguntamos: seria a imagem clichê, dada sua sobrecodificação e exaustão, bem como a forte carga cultural, social e histórica nele investida, inconciliável com as discussões em torno do conceito de afeto? Em que medida o cinema pode, pela reapropriação de lugares comuns, estabelecer torções no repertório das imagens de amor, abrindo-as para novas potencialidades expressivas?Recorrendo também a críticos como Alain Phillipon (1982) e Dominique Païni (2004), busco argumentar que, mediante procedimentos tais como a fragmentação narrativa, a repetição submetida a variações e a serialização, bem como a colocação em primeiro plano da performatividade do corpo que elabora os gestos implicados nos movimentos da dinâmica amorosa – a espera, o encontro, o enlace, a separação –, o filme em questão logra desprender um excesso que nos leva a adiar a assimilação de tais cenas ao âmbito do já visto a fim de explorar, pelo contrário, as propriedades materiais da interação entre os amantes, encontrando aí um modo de engajamento com as imagens do amor no cinema.Dentre as prolíficas discussões em torno das teorias do afeto, uma questão se coloca com notável persistência: como proceder &" "modalidade" => null "area_tematica" => null "palavra_chave" => null "idioma" => null "arquivo" => "Completo_Comunicacao_oral_idinscrito_1259_381f8fee1f7f88af8f335f547fe7e339.pdf" "created_at" => "2020-05-28 15:52:50" "updated_at" => "2020-06-10 13:11:26" "ativo" => 1 "autor_nome" => "FABIO ALLAN MENDES RAMALHO" "autor_nome_curto" => "FABIO RAMALHO" "autor_email" => "fabioallanm@gmail.com" "autor_ies" => "UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO" "autor_imagem" => "" "edicao_url" => "anais-abralic-internacional" "edicao_nome" => "Anais ABRALIC Internacional" "edicao_evento" => "XIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada" "edicao_ano" => 2013 "edicao_pasta" => "anais/abralic/2013" "edicao_logo" => "5e48acf34819c_15022020234611.png" "edicao_capa" => "5f17347012303_21072020153112.jpg" "data_publicacao" => null "edicao_publicada_em" => "2013-07-12 00:00:00" "publicacao_id" => 12 "publicacao_nome" => "Revista ABRALIC INTERNACIONAL" "publicacao_codigo" => "2317-157X" "tipo_codigo_id" => 1 "tipo_codigo_nome" => "ISSN" "tipo_publicacao_id" => 1 "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento" ] #changes: [] #casts: array:14 [ "id" => "integer" "edicao_id" => "integer" "trabalho_id" => "integer" "inscrito_id" => "integer" "titulo" => "string" "resumo" => "string" "modalidade" => "string" "area_tematica" => "string" "palavra_chave" => "string" "idioma" => "string" "arquivo" => "string" "created_at" => "datetime" "updated_at" => "datetime" "ativo" => "boolean" ] #classCastCache: [] #attributeCastCache: [] #dates: [] #dateFormat: null #appends: [] #dispatchesEvents: [] #observables: [] #relations: [] #touches: [] +timestamps: false #hidden: [] #visible: [] +fillable: array:13 [ 0 => "edicao_id" 1 => "trabalho_id" 2 => "inscrito_id" 3 => "titulo" 4 => "resumo" 5 => "modalidade" 6 => "area_tematica" 7 => "palavra_chave" 8 => "idioma" 9 => "arquivo" 10 => "created_at" 11 => "updated_at" 12 => "ativo" ] #guarded: array:1 [ 0 => "*" ] }
Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

Dentre as prolíficas discussões em torno das teorias do afeto, uma questão se coloca com notável persistência: como proceder às articulações conceituais, críticas e analíticas entre diferentes instâncias de apreensão de uma obra, comumente organizadas em torno de pares tais como sensação e cognição, presença e sentido, afetivo-performativo e narrativo. Enquanto os teóricos coincidem na necessidade de discernir, em suas abordagens, aquilo que assinalaria a especificidade do conceito de afeto, os modos pelos quais as diferenciações conceituais operam no confronto com formas sensíveis e objetos específicos de análise tendem a variar enormemente. Via de regra, é mediante esse jogo de tensões que a própria história do conceito se delineia.De que maneira, então, o afeto – entendido como dimensão que implica sensações e forças assubjetivas, pré-conscientes e impessoais – se entrelaça com uma dimensão formada, elaborada conscientemente e na qual o espectador termina por investir uma série de significações? A fim de encaminhar um modo possível de acessar tais questionamentos, proponho tomar como ponto de partida um elemento específico, qual seja, a constituição da cena de encontro entre os amantes, conforme elaborada por um filme em particular: Toute une nuit (1982), da cineasta belga Chantal Akerman. Com isso, pretendo discutir em que medida um repertório imagético pervasivo, saturado de significações – o das imagens do amor no cinema – pode mobilizar componentes sensuais/sensoriais que causam uma torção nos tropos e formas sobrecodificadas da imaginação amorosa, de modo a suscitar um engajamento afetivo no espectador.Ivone Margulies (1996) define a imagem-clichê como aquela que “é conhecida antes mesmo de ser vista”, e tanto ela quanto Marion Schmid (2010) – ambas autoras de trabalhos monográficos que se estendem longamente sobre o trabalho de Akerman – coincidem em apontar o clichê como recurso expressivo relevante para a constituição do projeto estético da realizadora a partir dos anos oitenta, fase inaugurada justamente com Toute une nuit. Diante disso, perguntamos: seria a imagem clichê, dada sua sobrecodificação e exaustão, bem como a forte carga cultural, social e histórica nele investida, inconciliável com as discussões em torno do conceito de afeto? Em que medida o cinema pode, pela reapropriação de lugares comuns, estabelecer torções no repertório das imagens de amor, abrindo-as para novas potencialidades expressivas?Recorrendo também a críticos como Alain Phillipon (1982) e Dominique Païni (2004), busco argumentar que, mediante procedimentos tais como a fragmentação narrativa, a repetição submetida a variações e a serialização, bem como a colocação em primeiro plano da performatividade do corpo que elabora os gestos implicados nos movimentos da dinâmica amorosa – a espera, o encontro, o enlace, a separação –, o filme em questão logra desprender um excesso que nos leva a adiar a assimilação de tais cenas ao âmbito do já visto a fim de explorar, pelo contrário, as propriedades materiais da interação entre os amantes, encontrando aí um modo de engajamento com as imagens do amor no cinema.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.
Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.