MARIANO, Francisca Sales et al.. De cancioneiro a cantador. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4308>. Acesso em: 07/11/2024 07:39
DE CANCIONEIRO A CANTADOR: UMA TRANSGRESSÃO MEDIEVALFrancisca Sales Mariano¹Elinês de Albuquerque Oliveira¹¹RESUMO: Este trabalho aborda uma análise comparativa sobre a oralidade na Literatura Medieval e Contemporânea, na obra teatral Auto da Catingueira do autor Elomar Figueira Mello (1983). No qual, será investigado a construção semiótica do autor, pelo processo de modelização (Lótman, 1978), visando a ressignificação dos cancioneiros medievais pelos cantadores de viola e sua cantoria no duelo pelo amor da jovem e bela pastora Dassanta. Com intuito de ressaltar o diálogo Bakhtiniano, discutiremos sobre as transformações seculares referentes a temas medievais, na relação de passado e presente. O autor aborda a tragédia, numa reconfiguração distinta dos clássicos, mudando o cenário da realeza, pelos desatinos da catingueira. Os temas recitados pelos cantadores são norteados nas lutas sertanejas e fazeres cotidianos a partir de histórias contadas de feira e feira por gerações. As raízes ibéricas na obra foram marcadas pela característica medieval-sertaneja e pela tradição oral dos cavaleiros, que percorrem no tempo transgredindo novas formas significativas no Auto. O enredo é projetado numa realidade do passado, suas expressões regionais nordestinas são pontuadas no instrumental, no canto e nas vozes dos personagens. Com isso, cada elemento teatral constitui relevância para o campo da semiótica aplicada ao teatro, uma vez que, o espetáculo contempla as variações de linguagens e essas variações compõem a tessitura semiótica. Assim, o presente trabalho irá esboçar como o cantador de viola canta o desafio e quais os instrumentos e/ou estilos utilizados na cantoria.Palavras-Chave: Cantador, Semiótica, Transgressão Medieval.