Este trabalho insere-se na proposta do Simpósio de número 52, intitulado “Humanidades Médicas: corpo, narrativa e memória da dor na literatura e nas artes”, do XIII Congresso Internacional de Literatura Comparada – ABRALIC. Para fins de pesquisa discutiremos o modo pelo qual tanto a dor física quanto a dor moral estão presentes na infância dos personagens do romance Capitães da Areia, de Jorge Amado (1986). Além disso, servirá ao debate a forma como essas manifestações também ocorrem na narrativa fílmica homônima do romance, dirigida por Cecília Amado (2011). A pesquisa, de caráter teórico-bibliográfico, baseou-se nos estudos de Foucault (2006), (2008), Rita Charon (2004), Sontag (2007), dentre outros pesquisadores que se interessam pela inter-relação entre medicina e literatura, bem como literatura e outras artes. A partir da leitura do referido romance pudemos visualizar como a epidemia, sobretudo a bexiga, atua enquanto metáfora da exclusão social e das mazelas vividas pelo grupo de crianças lideradas pelo personagem Pedro Bala. Assim também, com a observação analítica do filme Capitães da Areia (2011) foi possível relacionarmos as disjunções e conjunções sobre como a dor se apresenta tanto na linguagem do texto literário quanto na linguagem fílmica. Portanto, buscamos neste texto verificar a presença da dor e da epidemia como representações da subalternidade enfrentadas pelos personagens infantis nesses ambientes paralelos de expressão artística.