Este artigo busca introduzir uma reflexão acerca dos papéis assumidos por homens e mulheres, no samba de roda do Recôncavo Baiano. Quanto às fontes principais, baseamo-nos nas abordagens de três pesquisadores do samba: Katharina Döring, Carlos Sandroni e Rívia Alencar. Valemo-nos também dos estudos de gênero de Joan Scott. A Teoria dos Grafos explicitadas no material produzido por Bessa, Bacelar, Peixoto, Costa e Cardoso nos serviu de suporte para a construção de uma rede entre mestres e mestras do samba de roda, objetivando a visualização da relação entre as similaridades e dissimilaridades entre e dentro desses papéis, que nos permitiram conhecer as relações sociais, geográficas e culturais das sambadeiras e sambadores. O estudo sinaliza que apesar de claras distinções na performance entre homens e mulheres no samba de roda, com predominância da presença masculina na organização de grupos, mas isso não diminui o papel das mulheres na história, resistência e mesmo liderança no samba, onde as relações acontecem através de diálogo, solidariedade e muito respeito entre ambos os sexos.