Artigo Anais V ENLAÇANDO

ANAIS de Evento

ISSN: 2238-9008

EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA: ENFRENTAMENTOS DOS CONFLITOS SOCIAIS E AÇÃO DESAFIADORA DA MULHER NEGRA PELOS DIREITOS DE RECONHECIMENTO NA SOCIEDADE. ENLACE TEMÁTICO ET02: MULHERES VIOLÊNCIA E LUTA POR RE

Palavra-chaves: MOVIMENTOS SOCIAIS, MULHER NEGRA, GÊNERO, DISCRIMINAÇÃO, DISCRIMINAÇÃO Comunicação Oral (CO) ET02: MULHERES: VIOLÊNCIAS E LUTA POR RECONHECIMENTO
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      RESUMO A presente pesquisa apresenta uma análise a partir do contexto histórico da situação da mulher negra no período escravista, e a emergente organização dos movimentos de mulheres negras na década de 70 exigindo participação ativa na vida política, contrapondo-se aos papéis que eram subordinadas e às tarefas domésticas. A partir de então, mudanças políticas vão acontecendo de uma trajetória de luta contra a subordinação, racismo, desigualdade de gênero, mobilização diante da invisibilidade da mulher como cidadã de direitos que não podem ser negados numa sociedade democrática, como também sua inserção no mercado de trabalho e o direito de ir e vir nos espaços sociais. Pretende-se indagar que representatividade tem a mulher negra na sociedade? Pois a mulher negra está associada a um passado histórico escravista, que a desqualifica em relação às mulheres brancas que tem tratamentos diferenciados. Mulheres negras têm unido forças coletivamente na luta pelo “não” contra o racismo e formas de opressão no país. As organizações não governamentais (ONGs), frente à representatividade política das mulheres negras vêm visando seus direitos, valorização entre outros fatores. É visível a atuação do movimento de resistência das mulheres na luta organizada em seminários, grupos culturais, artísticos, literários, partidos políticos, sindicatos, e em organizações religiosas, engajados por uma política antirracista. Partimos do pressuposto que a escola um espaço social e diversificado é fundamental as questões de gênero como prioridade no currículo, assim como refletir no educar para as diferenças respeitando as diversas identidades que fazem parte do cotidiano escolar.\r\n
      Palavras - chave: Movimentos sociais, mulher negra, gênero, discriminação, educação.\r\n
      (83) 3322.3222\r\n
      contato@enlacandosexualidades.com.br\r\n
      www.enlacandosexualidades.com.br\r\n
      INTRODUÇÃO A presente pesquisa tem como justificativa estudar sobre o contexto histórico da mulher, em especial as mulheres negras com trajetórias e conflitos em busca de reconhecimento. A visão construída em nossa sociedade, em relação, aos africanos escravizados historicamente, é que sofreram todos os danos físicos, psicológicos e socioeconômicos de forma passiva e submissa. Essa visão trouxe efeitos de uma imagem negativa à população negra que se perpetua até os dias atuais como pessoas que tem o seu lugar reservado em funções secundarias, o negro na ausência de visibilidade, lembrado na condição de escravo, e desconhecido. É importante recontar a história que lutas e resistências são marcos históricos que fizeram parte do povo negro no Brasil e que árduo processo por igualdade e acesso aos diversos setores sociais, são lutas constantes do Movimento negro desde o regime escravista aos dias atuais.\r\n
      [...] Afinal, já se passaram mais de quatro séculos. Por isso é importante considerar que diante dos limites impostos ao africano escravizados e seus descendentes, os esforços desses sujeitos na luta pela sua libertação representam um sentimento de coragem e indignação diante da escravidão, e não de apatia ou passividade. (Munanga, 2016, p. 69)\r\n
      Em sua diversidade o Movimento Negro brasileiro tem mostrado o quanto é árdua a experiência dos negros por lutas de reconhecimento, igualdade, cidadania, justiça e respeito. Munanga acrescenta que: [...] Essa não é uma luta só dos negros, vários outros setores e grupos étnico-raciais têm se destacado como parceiros históricos do povo negro e vivido processos semelhantes de luta. É sempre bom lembrar que a história do negro brasileiro não é algo particular. Ela está inserida na história do Brasil e na construção da identidade de seu povo. (Munanga, 2016, p.108).\r\n
      A emergente organização dos movimentos sociais étnicos, raciais, homossexuais, de mulheres entre outros na década de 70 consolidam mudanças políticas de uma trajetória de luta contra o racismo, a desigualdade de gênero, classe social e a discriminação.\r\n
      (83) 3322.3222\r\n
      contato@enlacandosexualidades.com.br\r\n
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      A pesquisa tem como objetivo geral contribuir para a melhoria da condição social da mulher negra através da representatividade nos espaços sociais, como objetivos específicos estão: a) reconhecer os diferentes sujeitos socioculturais no ambiente escolar, b) desenvolver ações pedagógicas que contribui para o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, c) promover o empoderamento feminino para a igualdade de gênero. Conceituando gênero vem associado às diferenças sexuais relacionadas entre homens e mulheres, especificamente, ás relações sociais que se constrói entre eles, focando na condição da mulher historicamente na condição de trabalhadora do lar, na relação afetiva, sexual e a maternidade, demarcam o espaço que a mulher deve ocupar na sociedade. [...] à medida que se analisam homens e mulheres como categorias simbólicas, identificam – se as expectativas e os valores que a cultura concreta associa ao fato de ser homem ou ser mulher, o que nos possibilita entender ideologias dos agentes. Portanto não podemos entender a classe, a raça, a desigualdade sem considerar o gênero. (Oliveira, 2006, p.36). Indagamos por sermos mulheres e negras, que representatividade tem a mulher negra na sociedade brasileira? Pois a mulher negra está associada a um passado humilhante de dominação escravista, rotuladas com estereótipos que a desqualificava em relação às mulheres brancas que tinham tratamentos diferenciados. Um fator crucial que tem gerado impactos na representatividade da mulher é a influência do “belo” que a mídia as indústrias de cosméticos vem exercendo sobre as mulheres, para inserção no mercado de trabalho.\r\n
      Alvarenga (2007) em seu livro relações de gênero relata que “A construção dos padrões atuais de beleza feminina tem interferido de modo decisivo para o aumento do número de mulheres que acabam vitimas de doenças como a aneroxia”.\r\n
      Esse processo de desigualdade está associado ao gênero, às características físicas, cor da pele, cabelo, sendo assim, como estão sendo construídas as relações de trabalho na sociedade, que desrespeitam as trabalhadoras domésticas e as expõem a situações de humilhação e dano, são marcas de exclusão social que a mulher negra é violentada física e psicologicamente em seu cotidiano, e quando ocupa uma posição social: professora, advogada, médica, engenheira entre outras funções, ainda assim, são estereotipadas e sofrem desigualdades sócio econômicas na sociedade comparadas com outras mulheres. Alvarenga vem concordando que,\r\n
      (83) 3322.3222\r\n
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      Nesse contexto de discriminação etnia / gênero, as mulheres negras são as mais afetadas. Além de sofrerem a discriminação de cor e de gênero, também são discriminadas quanto aos locais de trabalho mais que os homens da mesma cor e as mulheres brancas. [...] merecem destaque os movimento sociais de resistências das mulheres nos últimos anos que, se ainda não deram conta de acabar com as diversas formas de violência e discriminação, têm conseguido desvelar a naturalização das diferenças e alcançado significativos avanços tanto no campo pessoal como no profissional. [...] (Alvarenga, 2007, p. 40)\r\n
      É nesse sentido que julgamos importante, a atuação do movimento de resistência das mulheres na luta organizada em busca de reconhecimento, dignidade e visibilidade, Oliveira (2006) salienta que o ano de 1988 pode ser considerado o ano da grande mobilização das mulheres negras brasileiras em vários Estados, contra a exclusão social e busca de igualdade racial para a mulher negra. A autora ainda acrescenta que: [...] O movimento trouxe também decisiva contribuições para o processo democrático brasileiro, com inovações importantes no campo das políticas públicas, como a criação dos Conselhos da Condição Feminina – órgão voltado para o desenvolvimento de politicas públicas de promoção e igualdade de gênero e do combate à discriminação das mulheres em geral. (Oliveira, 2006. p.34).\r\n
      É importante salientar que o Estatuto da Igualdade Racial de 20 de Julho de 2010, é uma das conquistas alcançadas pelo movimento negro que determina a garantia á população negra efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos e o combate à discriminação e ás demais formas de intolerância religiosa. A Constituição Federal d 1988, no artigo 5º é assegurado o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna pluralista, sendo o racismo crime inafiançável, a Lei 11.340/ 2006 (Maria da Penha), cumpri um papel relevante para conter a violência de gênero e assegurar mecanismo de defesa contra qualquer violência à mulher;\r\n
      Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.\r\n
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      contato@enlacandosexualidades.com.br\r\n
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      Atualmente as redes sociais vêm trazendo um panorama espantoso em relação à mulher são ações de violências no âmbito público ou privado, e muitas temem a represália do agressor vivendo sobre o julgo sem denuncia-lo, podendo causar danos físicos, materiais, psicológicos e consequentemente a morte. A Lei nº 13.104 /2015 vem como mecanismo positivo em defesa das mulheres que diz respeito ao crime envolvendo homicídios, violência doméstica e familiar, motivado pelo gênero. Abordar a questão do gênero na educação é pensar na formação da criança enquanto sujeito de direito, desconstruir padrões sociais, onde menino não pode brincar com brinquedos de menina, determinadas cores só pertence às meninas, os papeis sociais que elevam a figura do menino como superior, em que as meninas representa o papel secundário nas brincadeiras, as relações de gênero vão se reproduzindo para o desrespeito as diferenças desde a infância, o contexto familiar das crianças inúmeras vezes vem fortalecendo essa concepção de infância marcada pelas diversas formas de violência. Partimos do pressuposto que é fundamental um olhar reflexivo sobre as diversas formas de constituir famílias que atualmente eleva um novo conceito na sociedade e rever o papel do professor diante desse novo contexto de famílias e identidades. Conforme (HALL, 2014) a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declino, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. As identidades vão se modificando conforme o contexto social e cultural, pertencente de cada indivíduo, a mulher negra tem que se sentir no direito de se representar esteticamente nos espaços sociais.\r\n
      4) REFERENCIAL TEÓRICO – METODOLÓGICO\r\n
      Realizou - se pesquisas em teses, dissertações, artigos, livros e Google acadêmico. Foram abordadas várias problemáticas sociais em torno do tema pesquisado, dentre eles estão: Movimentos sociais, mulher negra, gênero, discriminação, educação. Mulher negra, trajetória, conflitos e identidade (OLIVEIRA, 2006), Racismo na escola (MUNANGA; GOMES, 2016), Relações de gêneros nos cotidianos escolares, (ALVARENGA; 2007), Identidade cultural da pós – modernidade (HALL, 2014). Para o desenvolvimento utilizou-se o método bibliográfico, com embasamento na pesquisa qualitativa (Gil, 2002).\r\n
      (83) 3322.3222\r\n
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      CONCLUSÃO Aceitar a condição da mulher negra como escrava, subordinada ao machismo, vítima de violência física e psicológica, um contexto histórico de relações desiguais que envolvem questões sociais que hoje presenciamos na sociedade: feminicídio, racismo, desigualdade social, de gênero, discriminação, preconceito, ausência dos direitos humanos, de políticas públicas, de educação étnico-racial entre outras. O movimento de mulheres negras ecoa seu grito na luta organizada em busca de igualdade entre os gêneros, da participação ativa da mulher na sociedade e por uma vida com dignidade e reconhecimento. A década de 70 marca a luta iniciada por poucas mulheres e segue-se fortalecendo a cada dia mesmo que lentamente, em seminários, grupos culturais, artísticos, literários, partidos políticos, sindicatos, e em organizações religiosas, engajados por uma política antirracista, e de igualdade com possibilidades de representatividade da mulher na sociedade. Abordar a questão gênero na educação é pensar na formação da criança enquanto sujeito de direito, desconstruindo padrões sociais, que vão se reproduzindo nas relações de gênero, e ressignificar o olhar para as novas identidades, e dar liberdade a mulher negra de se sentir no direito de se representar esteticamente nos espaços sociais.\r\n
      REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS\r\n
      ALVARENGA, Elda. Relações de gênero nos cotidianos escolares: a escolarização na manutenção transformação da opressão sexista. Contagem: Santa Clara, 2007.\r\n
      BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. _______, Estatuto da igualdade Racial: Lei nº 12.288, de 20 de Julho de 2010. _______, Lei de 11. 340 de 07 de Agosto, 2006. _______, Lei nº 13.104 de 09 de Março, 2015.\r\n
      GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.\r\n
      MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. 2. ed. São Paulo: Global, 2016.\r\n
      OLIVEIRA, Eliana de. Mulher negra professora e universitária: trajetória, conflitos e identidade. Brasília: Liber livro Editora, 2006.\r\n
      OLIVEIRA, Zilma Ramos de. O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Bitura, 2012.\r\n
      HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014
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      (83) 3322.3222\r\n
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      INTRODUÇÃO A presente pesquisa tem como justificativa estudar sobre o contexto histórico da mulher, em especial as mulheres negras com trajetórias e conflitos em busca de reconhecimento. A visão construída em nossa sociedade, em relação, aos africanos escravizados historicamente, é que sofreram todos os danos físicos, psicológicos e socioeconômicos de forma passiva e submissa. Essa visão trouxe efeitos de uma imagem negativa à população negra que se perpetua até os dias atuais como pessoas que tem o seu lugar reservado em funções secundarias, o negro na ausência de visibilidade, lembrado na condição de escravo, e desconhecido. É importante recontar a história que lutas e resistências são marcos históricos que fizeram parte do povo negro no Brasil e que árduo processo por igualdade e acesso aos diversos setores sociais, são lutas constantes do Movimento negro desde o regime escravista aos dias atuais.\r\n
      [...] Afinal, já se passaram mais de quatro séculos. Por isso é importante considerar que diante dos limites impostos ao africano escravizados e seus descendentes, os esforços desses sujeitos na luta pela sua libertação representam um sentimento de coragem e indignação diante da escravidão, e não de apatia ou passividade. (Munanga, 2016, p. 69)\r\n
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      A pesquisa tem como objetivo geral contribuir para a melhoria da condição social da mulher negra através da representatividade nos espaços sociais, como objetivos específicos estão: a) reconhecer os diferentes sujeitos socioculturais no ambiente escolar, b) desenvolver ações pedagógicas que contribui para o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, c) promover o empoderamento feminino para a igualdade de gênero. Conceituando gênero vem associado às diferenças sexuais relacionadas entre homens e mulheres, especificamente, ás relações sociais que se constrói entre eles, focando na condição da mulher historicamente na condição de trabalhadora do lar, na relação afetiva, sexual e a maternidade, demarcam o espaço que a mulher deve ocupar na sociedade. [...] à medida que se analisam homens e mulheres como categorias simbólicas, identificam – se as expectativas e os valores que a cultura concreta associa ao fato de ser homem ou ser mulher, o que nos possibilita entender ideologias dos agentes. Portanto não podemos entender a classe, a raça, a desigualdade sem considerar o gênero. (Oliveira, 2006, p.36). Indagamos por sermos mulheres e negras, que representatividade tem a mulher negra na sociedade brasileira? Pois a mulher negra está associada a um passado humilhante de dominação escravista, rotuladas com estereótipos que a desqualificava em relação às mulheres brancas que tinham tratamentos diferenciados. Um fator crucial que tem gerado impactos na representatividade da mulher é a influência do “belo” que a mídia as indústrias de cosméticos vem exercendo sobre as mulheres, para inserção no mercado de trabalho.\r\n
      Alvarenga (2007) em seu livro relações de gênero relata que “A construção dos padrões atuais de beleza feminina tem interferido de modo decisivo para o aumento do número de mulheres que acabam vitimas de doenças como a aneroxia”.\r\n
      Esse processo de desigualdade está associado ao gênero, às características físicas, cor da pele, cabelo, sendo assim, como estão sendo construídas as relações de trabalho na sociedade, que desrespeitam as trabalhadoras domésticas e as expõem a situações de humilhação e dano, são marcas de exclusão social que a mulher negra é violentada física e psicologicamente em seu cotidiano, e quando ocupa uma posição social: professora, advogada, médica, engenheira entre outras funções, ainda assim, são estereotipadas e sofrem desigualdades sócio econômicas na sociedade comparadas com outras mulheres. Alvarenga vem concordando que,\r\n
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      Nesse contexto de discriminação etnia / gênero, as mulheres negras são as mais afetadas. Além de sofrerem a discriminação de cor e de gênero, também são discriminadas quanto aos locais de trabalho mais que os homens da mesma cor e as mulheres brancas. [...] merecem destaque os movimento sociais de resistências das mulheres nos últimos anos que, se ainda não deram conta de acabar com as diversas formas de violência e discriminação, têm conseguido desvelar a naturalização das diferenças e alcançado significativos avanços tanto no campo pessoal como no profissional. [...] (Alvarenga, 2007, p. 40)\r\n
      É nesse sentido que julgamos importante, a atuação do movimento de resistência das mulheres na luta organizada em busca de reconhecimento, dignidade e visibilidade, Oliveira (2006) salienta que o ano de 1988 pode ser considerado o ano da grande mobilização das mulheres negras brasileiras em vários Estados, contra a exclusão social e busca de igualdade racial para a mulher negra. A autora ainda acrescenta que: [...] O movimento trouxe também decisiva contribuições para o processo democrático brasileiro, com inovações importantes no campo das políticas públicas, como a criação dos Conselhos da Condição Feminina – órgão voltado para o desenvolvimento de politicas públicas de promoção e igualdade de gênero e do combate à discriminação das mulheres em geral. (Oliveira, 2006. p.34).\r\n
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      Atualmente as redes sociais vêm trazendo um panorama espantoso em relação à mulher são ações de violências no âmbito público ou privado, e muitas temem a represália do agressor vivendo sobre o julgo sem denuncia-lo, podendo causar danos físicos, materiais, psicológicos e consequentemente a morte. A Lei nº 13.104 /2015 vem como mecanismo positivo em defesa das mulheres que diz respeito ao crime envolvendo homicídios, violência doméstica e familiar, motivado pelo gênero. Abordar a questão do gênero na educação é pensar na formação da criança enquanto sujeito de direito, desconstruir padrões sociais, onde menino não pode brincar com brinquedos de menina, determinadas cores só pertence às meninas, os papeis sociais que elevam a figura do menino como superior, em que as meninas representa o papel secundário nas brincadeiras, as relações de gênero vão se reproduzindo para o desrespeito as diferenças desde a infância, o contexto familiar das crianças inúmeras vezes vem fortalecendo essa concepção de infância marcada pelas diversas formas de violência. Partimos do pressuposto que é fundamental um olhar reflexivo sobre as diversas formas de constituir famílias que atualmente eleva um novo conceito na sociedade e rever o papel do professor diante desse novo contexto de famílias e identidades. Conforme (HALL, 2014) a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declino, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. As identidades vão se modificando conforme o contexto social e cultural, pertencente de cada indivíduo, a mulher negra tem que se sentir no direito de se representar esteticamente nos espaços sociais.\r\n
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      CONCLUSÃO Aceitar a condição da mulher negra como escrava, subordinada ao machismo, vítima de violência física e psicológica, um contexto histórico de relações desiguais que envolvem questões sociais que hoje presenciamos na sociedade: feminicídio, racismo, desigualdade social, de gênero, discriminação, preconceito, ausência dos direitos humanos, de políticas públicas, de educação étnico-racial entre outras. O movimento de mulheres negras ecoa seu grito na luta organizada em busca de igualdade entre os gêneros, da participação ativa da mulher na sociedade e por uma vida com dignidade e reconhecimento. A década de 70 marca a luta iniciada por poucas mulheres e segue-se fortalecendo a cada dia mesmo que lentamente, em seminários, grupos culturais, artísticos, literários, partidos políticos, sindicatos, e em organizações religiosas, engajados por uma política antirracista, e de igualdade com possibilidades de representatividade da mulher na sociedade. Abordar a questão gênero na educação é pensar na formação da criança enquanto sujeito de direito, desconstruindo padrões sociais, que vão se reproduzindo nas relações de gênero, e ressignificar o olhar para as novas identidades, e dar liberdade a mulher negra de se sentir no direito de se representar esteticamente nos espaços sociais.\r\n
      REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS\r\n
      ALVARENGA, Elda. Relações de gênero nos cotidianos escolares: a escolarização na manutenção transformação da opressão sexista. Contagem: Santa Clara, 2007.\r\n
      BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. _______, Estatuto da igualdade Racial: Lei nº 12.288, de 20 de Julho de 2010. _______, Lei de 11. 340 de 07 de Agosto, 2006. _______, Lei nº 13.104 de 09 de Março, 2015.\r\n
      GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.\r\n
      MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. 2. ed. São Paulo: Global, 2016.\r\n
      OLIVEIRA, Eliana de. Mulher negra professora e universitária: trajetória, conflitos e identidade. Brasília: Liber livro Editora, 2006.\r\n
      OLIVEIRA, Zilma Ramos de. O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Bitura, 2012.\r\n
      HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014
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Publicado em 26 de novembro de 2017

Resumo

RESUMO A presente pesquisa apresenta uma análise a partir do contexto histórico da situação da mulher negra no período escravista, e a emergente organização dos movimentos de mulheres negras na década de 70 exigindo participação ativa na vida política, contrapondo-se aos papéis que eram subordinadas e às tarefas domésticas. A partir de então, mudanças políticas vão acontecendo de uma trajetória de luta contra a subordinação, racismo, desigualdade de gênero, mobilização diante da invisibilidade da mulher como cidadã de direitos que não podem ser negados numa sociedade democrática, como também sua inserção no mercado de trabalho e o direito de ir e vir nos espaços sociais. Pretende-se indagar que representatividade tem a mulher negra na sociedade? Pois a mulher negra está associada a um passado histórico escravista, que a desqualifica em relação às mulheres brancas que tem tratamentos diferenciados. Mulheres negras têm unido forças coletivamente na luta pelo “não” contra o racismo e formas de opressão no país. As organizações não governamentais (ONGs), frente à representatividade política das mulheres negras vêm visando seus direitos, valorização entre outros fatores. É visível a atuação do movimento de resistência das mulheres na luta organizada em seminários, grupos culturais, artísticos, literários, partidos políticos, sindicatos, e em organizações religiosas, engajados por uma política antirracista. Partimos do pressuposto que a escola um espaço social e diversificado é fundamental as questões de gênero como prioridade no currículo, assim como refletir no educar para as diferenças respeitando as diversas identidades que fazem parte do cotidiano escolar. Palavras - chave: Movimentos sociais, mulher negra, gênero, discriminação, educação. (83) 3322.3222 contato@enlacandosexualidades.com.br www.enlacandosexualidades.com.br INTRODUÇÃO A presente pesquisa tem como justificativa estudar sobre o contexto histórico da mulher, em especial as mulheres negras com trajetórias e conflitos em busca de reconhecimento. A visão construída em nossa sociedade, em relação, aos africanos escravizados historicamente, é que sofreram todos os danos físicos, psicológicos e socioeconômicos de forma passiva e submissa. Essa visão trouxe efeitos de uma imagem negativa à população negra que se perpetua até os dias atuais como pessoas que tem o seu lugar reservado em funções secundarias, o negro na ausência de visibilidade, lembrado na condição de escravo, e desconhecido. É importante recontar a história que lutas e resistências são marcos históricos que fizeram parte do povo negro no Brasil e que árduo processo por igualdade e acesso aos diversos setores sociais, são lutas constantes do Movimento negro desde o regime escravista aos dias atuais. [...] Afinal, já se passaram mais de quatro séculos. Por isso é importante considerar que diante dos limites impostos ao africano escravizados e seus descendentes, os esforços desses sujeitos na luta pela sua libertação representam um sentimento de coragem e indignação diante da escravidão, e não de apatia ou passividade. (Munanga, 2016, p. 69) Em sua diversidade o Movimento Negro brasileiro tem mostrado o quanto é árdua a experiência dos negros por lutas de reconhecimento, igualdade, cidadania, justiça e respeito. Munanga acrescenta que: [...] Essa não é uma luta só dos negros, vários outros setores e grupos étnico-raciais têm se destacado como parceiros históricos do povo negro e vivido processos semelhantes de luta. É sempre bom lembrar que a história do negro brasileiro não é algo particular. Ela está inserida na história do Brasil e na construção da identidade de seu povo. (Munanga, 2016, p.108). A emergente organização dos movimentos sociais étnicos, raciais, homossexuais, de mulheres entre outros na década de 70 consolidam mudanças políticas de uma trajetória de luta contra o racismo, a desigualdade de gênero, classe social e a discriminação. (83) 3322.3222 contato@enlacandosexualidades.com.br www.enlacandosexualidades.com.br A pesquisa tem como objetivo geral contribuir para a melhoria da condição social da mulher negra através da representatividade nos espaços sociais, como objetivos específicos estão: a) reconhecer os diferentes sujeitos socioculturais no ambiente escolar, b) desenvolver ações pedagógicas que contribui para o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, c) promover o empoderamento feminino para a igualdade de gênero. Conceituando gênero vem associado às diferenças sexuais relacionadas entre homens e mulheres, especificamente, ás relações sociais que se constrói entre eles, focando na condição da mulher historicamente na condição de trabalhadora do lar, na relação afetiva, sexual e a maternidade, demarcam o espaço que a mulher deve ocupar na sociedade. [...] à medida que se analisam homens e mulheres como categorias simbólicas, identificam – se as expectativas e os valores que a cultura concreta associa ao fato de ser homem ou ser mulher, o que nos possibilita entender ideologias dos agentes. Portanto não podemos entender a classe, a raça, a desigualdade sem considerar o gênero. (Oliveira, 2006, p.36). Indagamos por sermos mulheres e negras, que representatividade tem a mulher negra na sociedade brasileira? Pois a mulher negra está associada a um passado humilhante de dominação escravista, rotuladas com estereótipos que a desqualificava em relação às mulheres brancas que tinham tratamentos diferenciados. Um fator crucial que tem gerado impactos na representatividade da mulher é a influência do “belo” que a mídia as indústrias de cosméticos vem exercendo sobre as mulheres, para inserção no mercado de trabalho. Alvarenga (2007) em seu livro relações de gênero relata que “A construção dos padrões atuais de beleza feminina tem interferido de modo decisivo para o aumento do número de mulheres que acabam vitimas de doenças como a aneroxia”. Esse processo de desigualdade está associado ao gênero, às características físicas, cor da pele, cabelo, sendo assim, como estão sendo construídas as relações de trabalho na sociedade, que desrespeitam as trabalhadoras domésticas e as expõem a situações de humilhação e dano, são marcas de exclusão social que a mulher negra é violentada física e psicologicamente em seu cotidiano, e quando ocupa uma posição social: professora, advogada, médica, engenheira entre outras funções, ainda assim, são estereotipadas e sofrem desigualdades sócio econômicas na sociedade comparadas com outras mulheres. Alvarenga vem concordando que, (83) 3322.3222 contato@enlacandosexualidades.com.br www.enlacandosexualidades.com.br Nesse contexto de discriminação etnia / gênero, as mulheres negras são as mais afetadas. Além de sofrerem a discriminação de cor e de gênero, também são discriminadas quanto aos locais de trabalho mais que os homens da mesma cor e as mulheres brancas. [...] merecem destaque os movimento sociais de resistências das mulheres nos últimos anos que, se ainda não deram conta de acabar com as diversas formas de violência e discriminação, têm conseguido desvelar a naturalização das diferenças e alcançado significativos avanços tanto no campo pessoal como no profissional. [...] (Alvarenga, 2007, p. 40) É nesse sentido que julgamos importante, a atuação do movimento de resistência das mulheres na luta organizada em busca de reconhecimento, dignidade e visibilidade, Oliveira (2006) salienta que o ano de 1988 pode ser considerado o ano da grande mobilização das mulheres negras brasileiras em vários Estados, contra a exclusão social e busca de igualdade racial para a mulher negra. A autora ainda acrescenta que: [...] O movimento trouxe também decisiva contribuições para o processo democrático brasileiro, com inovações importantes no campo das políticas públicas, como a criação dos Conselhos da Condição Feminina – órgão voltado para o desenvolvimento de politicas públicas de promoção e igualdade de gênero e do combate à discriminação das mulheres em geral. (Oliveira, 2006. p.34). É importante salientar que o Estatuto da Igualdade Racial de 20 de Julho de 2010, é uma das conquistas alcançadas pelo movimento negro que determina a garantia á população negra efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos e o combate à discriminação e ás demais formas de intolerância religiosa. A Constituição Federal d 1988, no artigo 5º é assegurado o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna pluralista, sendo o racismo crime inafiançável, a Lei 11.340/ 2006 (Maria da Penha), cumpri um papel relevante para conter a violência de gênero e assegurar mecanismo de defesa contra qualquer violência à mulher; Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. (83) 3322.3222 contato@enlacandosexualidades.com.br www.enlacandosexualidades.com.br Atualmente as redes sociais vêm trazendo um panorama espantoso em relação à mulher são ações de violências no âmbito público ou privado, e muitas temem a represália do agressor vivendo sobre o julgo sem denuncia-lo, podendo causar danos físicos, materiais, psicológicos e consequentemente a morte. A Lei nº 13.104 /2015 vem como mecanismo positivo em defesa das mulheres que diz respeito ao crime envolvendo homicídios, violência doméstica e familiar, motivado pelo gênero. Abordar a questão do gênero na educação é pensar na formação da criança enquanto sujeito de direito, desconstruir padrões sociais, onde menino não pode brincar com brinquedos de menina, determinadas cores só pertence às meninas, os papeis sociais que elevam a figura do menino como superior, em que as meninas representa o papel secundário nas brincadeiras, as relações de gênero vão se reproduzindo para o desrespeito as diferenças desde a infância, o contexto familiar das crianças inúmeras vezes vem fortalecendo essa concepção de infância marcada pelas diversas formas de violência. Partimos do pressuposto que é fundamental um olhar reflexivo sobre as diversas formas de constituir famílias que atualmente eleva um novo conceito na sociedade e rever o papel do professor diante desse novo contexto de famílias e identidades. Conforme (HALL, 2014) a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declino, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. As identidades vão se modificando conforme o contexto social e cultural, pertencente de cada indivíduo, a mulher negra tem que se sentir no direito de se representar esteticamente nos espaços sociais. 4) REFERENCIAL TEÓRICO – METODOLÓGICO Realizou - se pesquisas em teses, dissertações, artigos, livros e Google acadêmico. Foram abordadas várias problemáticas sociais em torno do tema pesquisado, dentre eles estão: Movimentos sociais, mulher negra, gênero, discriminação, educação. Mulher negra, trajetória, conflitos e identidade (OLIVEIRA, 2006), Racismo na escola (MUNANGA; GOMES, 2016), Relações de gêneros nos cotidianos escolares, (ALVARENGA; 2007), Identidade cultural da pós – modernidade (HALL, 2014). Para o desenvolvimento utilizou-se o método bibliográfico, com embasamento na pesquisa qualitativa (Gil, 2002). (83) 3322.3222 contato@enlacandosexualidades.com.br www.enlacandosexualidades.com.br CONCLUSÃO Aceitar a condição da mulher negra como escrava, subordinada ao machismo, vítima de violência física e psicológica, um contexto histórico de relações desiguais que envolvem questões sociais que hoje presenciamos na sociedade: feminicídio, racismo, desigualdade social, de gênero, discriminação, preconceito, ausência dos direitos humanos, de políticas públicas, de educação étnico-racial entre outras. O movimento de mulheres negras ecoa seu grito na luta organizada em busca de igualdade entre os gêneros, da participação ativa da mulher na sociedade e por uma vida com dignidade e reconhecimento. A década de 70 marca a luta iniciada por poucas mulheres e segue-se fortalecendo a cada dia mesmo que lentamente, em seminários, grupos culturais, artísticos, literários, partidos políticos, sindicatos, e em organizações religiosas, engajados por uma política antirracista, e de igualdade com possibilidades de representatividade da mulher na sociedade. Abordar a questão gênero na educação é pensar na formação da criança enquanto sujeito de direito, desconstruindo padrões sociais, que vão se reproduzindo nas relações de gênero, e ressignificar o olhar para as novas identidades, e dar liberdade a mulher negra de se sentir no direito de se representar esteticamente nos espaços sociais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, Elda. Relações de gênero nos cotidianos escolares: a escolarização na manutenção transformação da opressão sexista. Contagem: Santa Clara, 2007. BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. _______, Estatuto da igualdade Racial: Lei nº 12.288, de 20 de Julho de 2010. _______, Lei de 11. 340 de 07 de Agosto, 2006. _______, Lei nº 13.104 de 09 de Março, 2015. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. 2. ed. São Paulo: Global, 2016. OLIVEIRA, Eliana de. Mulher negra professora e universitária: trajetória, conflitos e identidade. Brasília: Liber livro Editora, 2006. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Bitura, 2012. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014

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