PEREIRA, José Daniel Cordeiro. A linguística queer na formação dos professores de letras. Anais V ENLAÇANDO... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/30415>. Acesso em: 07/11/2024 19:45
O presente trabalho discute a necessidade que há de renovação da prática docente no contexto educacional, mostrando que é possível trabalhar nas aulas de língua portuguesa questões ligadas a gênero e a sexualidade por meio de propagandas veiculadas no nosso contexto, tal como apresenta o professor Ismar Inácio dos Santos Filho (2017b) na palestra “Nas ‘Letras’, língua(gem) e questões identitárias (de gênero e sexualidade)”, disponível no link . Para esse linguista, além de trabalhar os conteúdos ditos de Língua Portuguesa, faz-se necessário discutir temas presentes em nosso cotidiano, como gênero e sexualidade, levando alunos e alunas a entender que não se deve pensar em homem e mulher apenas como sujeitos heterossexuais, isso porque a nossa sociedade e aqueles e aquelas que compõem o âmbito escolar apresentam diversas sexualidades e gêneros distintos. Com Santos Filho (2017b), aprendemos que a identidade de gênero e a sexualidade não são inerentes ao ser humano, ou seja, não são características inatas. Ou seja, gostar, amar, sentir atração por pessoas do mesmo sexo é um constructo social, bem como ninguém nasce masculino ou feminino, mas se está masculino e se está feminino (SANTOS FILHO, 2017a). Portanto, é de suma importância que o professor tenha a sensibilidade e entender que a língua não deve ser pensada como um sistema isolado ligado à gramática normativa e a sua estrutura, mas que trabalhar com linguagem é abordar questões identitárias ligadas a gênero e a sexualidade. Logo, o ensino e a aprendizagem de português não são neutros. Portanto, esse deve causar uma explosão de reflexões a respeito do público dissidente de gênero e sexualidade que é alvo de preconceito, desrespeito e intolerância. Mas, para trabalhar de maneira contextualizada, abordando a presente temática, é necessário que o professor entenda que existe uma relação entre língua, linguagem, sociedade, cultura e cognição.