O presente trabalho tem como objetivo analisar a correlação entre as peças do vestuário feminino espartilho e calça bloomer no século XIX, com vistas a perceber a diferenciação de gênero internalizada pela sociedade e refletida nas vestimentas que marcava a distinção entre os sexos e também servia como uma forma de controle social para manter as mulheres em seu papel de esposas submissas. Para tanto, serão discutidas a história do espartilho e da referida calça com vistas a perceber como cada uma encerrava a submissão das mulheres, a dominação masculina e a diferenciação entre homem e mulher e entre roupa de homem e roupa de mulher. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica que pretendeu dar conta de questões sobre moda, gênero, feminismo e mulheres, pois sem compreender tais abordagens seria impossível chegar a compreensão do objeto de estudo. Como conclusão, percebemos o embate entre o desejo de manutenção de estruturas rígidas, sobretudo as que demarcam as diferenças sexuais com o uso do espartilho, em contraposição ao desejo de emancipação feminina com a calça bloomer, considerada como peça que marca a reforma do vestuário feminino para torna-lo prático, saudável e confortável e não apenas como expressão da sensualidade feminina.