As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são consideradas um problema de saúde pública, com ocorrência estimada em mais de 340 milhões de novos casos no mundo e a vida na rua pode precipitar problemas de saúde, uma vez que a exposição os torna mais vulneráveis. Portanto, este trabalho tem como objetivo: analisar as representações sociais de pessoas em situação de rua sobre o cuidado com as IST. Pesquisa qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais, desenvolvida com 72 pessoas em situação de rua, abrigadas em duas Unidades de Acolhimento Institucional, de Salvador-Bahia. Os resultados foram coletados entre março e agosto de 2016, mediante aplicação das técnicas de Desenho Estória com Tema (D-E) e Entrevista. Os D-E com tema foram analisados à luz de técnica proposta por Coutinho (2001) e as entrevistas foram processadas pelo software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ). Na análise, os dados foram organizados em categorias e, para o presente trabalho, será abordada a categoria “Sexo Abrigado”, que envolve questões referentes aos cuidados de pessoas em situação de rua para Infecções Sexualmente Transmissíveis. Para o grupo investigado, ter uma moradia se configura como uma forma de resgate da cidadania, de proteção à saúde e superação de situações de vulnerabilidade enfrentadas no cotidiano da rua. Além disso, a presença de um espaço físico, delimitado, protegido para manter relações sexuais se constitui um fator de prevenção e proteção, tanto para IST como para sua segurança física e emocional.