O artigo que se segue é fruto de reflexões analíticas entre dois contos de fadas de Sylvia Orthof e uma narrativa de Rosa Amanda Strausz, duas brilhantes autoras de livros infantis da literatura nacional. A primeira deixou mais de uma centena de produções que marcaram muitas gerações de leitores do final da década 70 e início dos anos 90, deixando um legado literário com personagens fadas, escritas com uma linguagem expressiva e fundamentada no humor. Já no século XX, a carioca Strausz, lança a narrativa Alecrim (2003) para homenagear sua predecessora. Numa construção perpassada de referências implícitas e explícitas, o enredo desse livro narra às peripécias de uma fadinha atrapalhada, que recorre aos livros de Orthof para que possa solucionar conflitos e afirmar-se como uma “verdadeira fada”. A proposição da leitura dos textos das duas autoras, numa abordagem comparativa, ampliam as possibilidades de leitura literária de quem já conhece os clássicos, sendo um percurso de leitura sugestionado para a sala de aula. Na análise das obras literárias, recorremos teoricamente à Zilberman (2003; 2014), Cademartori (2010; 2012), Coelho (2000), dentre outros.