A literatura brasileira contemporânea atende às questões sociais que recaem sobre a dissolução dos sujeitos marginalizados, suas incertezas e os questionamentos da reversibilidade entre ser bom ou ruim, demarcando a existência dos pobres e marginais dentro de uma sociedade de controle e poder. Este trabalho visa refletir sobre a representação dos jovens e as figurações da violência no romance Mundo perdido de Patrícia Melo (2010), procurando observar como essas questões percorrem os espaços simbólicos da literatura para estabelecer relações entre realidade e ficção, cujo rigor descritivo do cromo da crueldade se manifesta, também, na barbárie e autofagia do homem. Interessa-nos questionar as atitudes do jovem Máiquel, personagem-narrador do referido romance para atestar que seu caráter duvidoso tem fortes ligações com os fatores externos, com aquilo que está fora do texto. Além disso, sugerimos um encaminhamento de leitura do romance Mundo perdido para alunos do ensino médio, visando aproximar os alunos do universo temático da obra de Patrícia Melo. A abordagem metodológica se insere nos tipos qualitativo e descritivo, pois descreve e interpreta o objeto de estudo. Para isto recorremos as proposições de Dalcastagnè (2012), Pellegrini (2012), Diógenes, (1998), Cocco (2014), Candido (2010), entre outros. O resultado da pesquisa aponta para a necessidade de se pensar como as questões sociais corroboram a marginalidade dos jovens, vistos sob os estigmas dos negros, pobres, favelados e violentos, ou seja, como os únicos capazes de praticar a violência anômica. Sendo assim, é preciso discutir esses estereótipos dentro das salas de aula com os jovens leitores.