Apesar das legislações voltadas a inclusão escolar, observa-se que na realidade isso não acontece de forma efetiva. A carência de material adaptado aliado a outros fatores como formação do professor e falta de adaptação curricular acabam por dificultar a aprendizagem de educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Este texto relata o trabalho desenvolvido em uma escola da rede estadual do município de Linhares – ES, onde foram confeccionados materiais didáticos de química na perspectiva de inclusão. O objetivo é demonstrar possibilidades de confecção de um material didático adaptado, para mediar o ensino e aprendizagem de conteúdos baseados na distribuição eletrônica, visto que esse assunto é a base para a compreensão da organização periódica dos elementos, bem como suas propriedades e forma como se combinam pelas ligações químicas. Foram confeccionados artefatos adaptados em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em Braile e que posteriormente foram utilizados com os alunos da 1a série do ensino médio para resolução de algumas atividades propostas. De acordo com a intérprete, o material possibilitou certa independência dos alunos surdos auxiliando os mesmos na compreensão do conteúdo e na resolução das atividades. Observou-se que os materiais mediaram à aprendizagem, aspecto evidenciado não apenas em relação aos alunos surdos, mas aos educandos em geral. Durante a aula todos os alunos participaram efetivamente da atividade, conseguindo resolver as atividades propostas sem grandes dificuldades. Mesmo diante de todas as dificuldades encontradas pelos professores em sala é necessário que estes se dediquem a elaboração de materiais adaptados. Espera-se que estes artefatos possam servir de modelo para outros profissionais da área de Química que se dedicam a educação inclusiva.