O artigo apresenta panorama histórico da trajetória e evolução do conceito de deficiência mental para o de deficiência intelectual e sua ressignificação na contemporaneidade, o que está previsto nas políticas públicas e nos documentos oficiais. Tendo em vista a deficiência da abordagem superficial do tema Inclusão nos cursos de graduação para a formação de professores faz-se necessário um currículo mais centrado e consistente para as discussões e necessidade de uma sociedade que a cada dia trata do assunto com mais peculiaridades.A maioria das pesquisas indica que a principal contribuição que a escola tem dado às pessoas com deficiência intelectual é a da socialização. Mas essa não é a única função da escola; a escola é deve garantir o acesso ao conhecimento sistematizado e historicamente acumulado. A escola deve atentar para as limitações e as peculiaridades desses sujeitos com deficiência, trabalhar com o pressuposto de que esses alunos não vão adquirir todo aquele conhecimento que se é esperado para determinados níveis da educação, uma vez que, dada as peculiaridades da deficiência, acaba não sendo possível ter toda essa aquisição. Porém, torna-se necessário criarem-se condições de estimulação, mecanismos e estratégias de ensino que propiciem esses sujeitos a serem beneficiados desses conteúdos escolares, observando-se as particularidades de cada um. Apresenta uma abordagem da deficiência mental na perspectiva de Piaget e Vygotsky. A deficiência não deve ser compreendida apenas como inerente à condição biológica; temos que avançar e entendê-la como uma produção social. Sem negar a base biológica da deficiência, os profissionais devem ter essa noção de que a pessoa afetada por tal fenômeno pode ser estimulada de modo a produzir respostas positivas, fazendo com que algumas características que pareciam fixas possam ser trabalhadas, de modo que algumas delas sejam minimizadas e outras que não são associadas à deficiência, mas que passam a desenvolvê-las, contrapondo-se a essa visão de que eles “não são capazes” ou que “não podem”.Outro fator bem presente no dia a dia desses indivíduos é sobre a questão dos rótulos e preconceitos, fazendo com uma significativa parcela queira desistir da escola impactando negativamente, formando os bloqueios e dificuldades mais acentuadas na aprendizagem. Além dessa dificuldade biológica, o sujeito com deficiência intelectual passa pelo enfrentamento da rotulação na sua trajetória de socialização e aquisição dos padrões culturais incorporados pela sociedade, verdadeiras barreiras atitudinais que reforçam o bloqueio nas crianças com deficiência.Finalizamos com questões relativas à inclusão e o acolhimento dessas minorias na escola regular de ensino e as contribuições e o ressarcimento histórico que pode ser feito ante ao total silêncio e exclusão dos quais foram sentenciados ao longo da História.