O nosso trabalho tem como principal objetivo analisar a percepção e as vivências de professoras sobre seu papel na inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Pretende ainda investigar quais os sentimentos experimentados pelas professoras em relação aos alunos com necessidades educacionais especiais que, muitas vezes, resultam em medo, insegurança, indiferença, crise de identidade, vergonha ou culpa, pelo sentimento de incompetência; etc. Temos como aporte teórico autores da Psicologia Histórico-Cultural, que compreende o sujeito a partir de suas interações sociais. Nossa investigação está sendo realizada com alunas do curso de pedagogia, mas que já estão inseridas em salas de aula. Para a coleta de dados estão sendo realizadas entrevistas não dirigidas. Os resultados até agora obtidos vem indicando que as percepções das professoras nem sempre estão de acordo com os pressupostos da educação inclusiva, com uma visão limitada do processo de inclusão, na qual o aluno com necessidades especiais é percebido como incapaz, que necessita de tratamento médico por meio de remédios, sem considerar as especificidades de cada aluno. Tais percepções podem estar relacionadas ao fato de não saberem como trabalhar com o aluno especial, de não terem o apoio e recursos necessários, provocando dessa forma sentimentos de medo, insegurança, resistência e mal-estares, o que pode levar a não aceitação ou descrença de que a inclusão seja possível.