O processo de ensino/aprendizagem da língua portuguesa como segunda língua para surdos vem conquistando espaço na agenda da Academia. Nesse sentido, considerar o surdo usuário de Libras um leitor implica reconhecer a importância da experiência com o léxico e a sintaxe da língua, do conhecimento de mundo e das habilidades de inferenciação. Sabemos, no entanto, que esses sujeitos costumam apresentar dificuldades com o português escrito uma vez que são usuários de uma outra língua que muitas vezes ainda nem está consolidada. Nesse sentido, acreditamos que as tecnologias, mais especificamente os aplicativos de tradução de Libras, podem contribuir no processo de construção de sentidos durante a leitura na segunda língua. O computador e outros dispositivos digitais, através da internet, exercem um papel na construção da identidade humana, favorecendo relações de interatividade, leitura e escrita que se estabelecem entre indivíduos interligados por tecnologias. Assim, nosso objetivo foi o de verificar as vantagens no uso feito por surdos de tecnologias como ferramentas para a construção de sentido e do conhecimento lexical acerca da Língua Portuguesa. Para alcançar nosso objetivo, buscamos nos fundamentar em autores como Frei et al, Leffa, Mattar, Moraes e Cavalcanti, Prensky, dentre outros. A metodologia utilizada foi a qualitativa por permitir uma melhor descrição dos eventos comunicativos emergentes nos encontros do Grupo de Estudos e Práticas de Linguagem para Surdos (GEPLIS), da Universidade Católica de Pernambuco. Como resultado, encontramos que, após uma leitura com auxílio dos aplicativos utilizados durante a atividade de leitura, os sujeitos envolvidos na pesquisa foram capazes de recontar o texto, o que não havia acontecido antes da consulta, uma vez que desconheciam palavras-chaves.