O domínio de qualquer língua e, no nosso caso, o domínio da Língua Portuguesa está diretamente relacionado com a nossa capacidade comunicativa e consequentemente com nossa participação na sociedade. Porém, o fato de dominarmos a língua em nossas relações cotidianas não isenta a escola de ensiná-la. Nesse sentido, é função da escola promover a ampliação do grau de letramento dos sujeitos, contribuindo assim para que a participação social de todos seja garantida. Compreendendo que o ensino de Língua Portuguesa é fundamental para a formação de leitores eficientes e de cidadãos participativos, pretendemos, neste artigo, discutir sobre a Língua Portuguesa, sua consolidação como idioma nacional e, posteriormente, a respeito do seu processo de disciplinarização. Assim sendo, é necessário estabelecer suas características próprias e as do seu ensino, da transformação de um saber sábio em um ensinado e sobre o papel do livro didático como elemento que transpõe a consolidação desses saberes. Nos pautamos na pesquisa bibliográfica e documental para investigar a constituição e o desenvolvimento desde a implantação oficial da disciplina de português, no século XIX, até as concepções atuais de ensino da língua presentes na Base Nacional Comum Curricular. Para tanto, nos apoiamos nos estudos de BAKHTIN (1992), COSTA VAL (1996), CHEVALARD (1991), SOARES (1998, 1999), dentre outros. Concluímos, ao final do texto que, gradativamente, a escola vai assumindo seu papel de não só ensinar a língua, mas de propor uma reflexão sobre o seu uso, assim como preconizado nos documentos oficiais editados a partir dos anos 1990, como os PCN, em 1998, e a BNCC em 2017.