A participação equitativa de todos os alunos em competições acadêmicas, como as Olimpíadas de Conhecimento, é essencial para promover a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento inclusivo da educação. No entanto, a falta de acessibilidade para alunos com deficiência auditiva e visual tem sido uma questão negligenciada nessas competições, especialmente nas áreas de Química, Física e Biologia. Este estudo investigou a ausência de diretrizes claras nos editais das Olimpíadas de Química, Física e Biologia para garantir a participação plena e igualitária de alunos surdos e cegos. Foram analizados os editais e as provas aplicadas na primeira fase de cada olímpiada nos últimos de 2019 a 2023. Os resultados revelaram uma omissão significativa de instruções específicas sobre como os organizadores das olimpíadas deveriam proceder para fornecer materiais acessíveis e acomodações adequadas durante as provas para esses alunos. Esta lacuna na acessibilidade não apenas exclui os alunos com deficiência desses eventos de prestígio, mas também perpetua desigualdades educacionais. Faz-se necessário medidas concretas para promover a inclusão de alunos surdos e cegos nas Olimpíadas de Conhecimento, incluindo a elaboração de diretrizes claras nos editais, a disponibilização de recursos adaptados, como provas em braile, descrições das figuras e tabelas nas provas, e a sensibilização dos organizadores e participantes sobre a importância da acessibilidade e diversidade. Essas ações são fundamentais para garantir que todos os estudantes tenham a oportunidade de demonstrar seu conhecimento e habilidades, independentemente de suas condições físicas, e para promover uma cultura inclusiva e igualitária na educação científica.