O presente artigo tem como objetivo analisar a produção científica brasileira sobre o Programa Incluir – Acessibilidade na Educação Superior. Instituído em 2005, essa política pública visa fomentar o desenvolvimento de políticas institucionais de inclusão e acessibilidade de estudantes Público-Alvo da Educação Especial (PAEE) nas Instituições Federais de Educação Superior (IFES), configurando-se como importante iniciativa voltada à inclusão e acessibilidade desse público na Educação Superior. Metodologicamente, este estudo se caracteriza como uma revisão integrativa de literatura. Dentre os 24 estudos mapeados no Portal de Periódicos Capes, 11 artigos publicados entre 2008 e 2022 integraram o escopo de análise. Em linhas gerais, os textos analisam desdobramentos da implementação do Programa Incluir no cotidiano das IFES, tratando também das condições de permanência de estudantes PAEE nessas instituições. Desse modo, as pesquisas apresentam pistas para compreensão das potencialidades e limitações dessa política pública, tanto na sua concepção, quanto na sua implementação. Além disso, são identificadas três ênfases analíticas adotadas pelos(as) autores(as): a) análise da evolução e mudanças do perfil de ingresso de estudantes PAEE nas IFES e a sua correlação com a implementação do Programa Incluir; b) descrição e análise de iniciativas institucionais voltadas à inclusão e acessibilidade de estudantes PAEE promovidas pelas IFES e, mais especificamente, pelos Núcleos de Acessibilidade nelas instituídos, no contexto da implementação do Programa Incluir e; c) análise de conjuntura e de concepção do Programa Incluir, frente a aspectos políticos, socioeconômicos e estruturais dados nas conjunturas nacional e internacional. A tendência de crescimento do volume de publicações nesta temática, assim como os enfoques analíticos adotados pelos(as) pesquisadores(as) colocam o enfrentamento das barreiras de acessibilidade (em suas múltiplas dimensões) como fator central na permanência de estudantes PAEE nas IFES - desafio para qual a implementação de políticas públicas, por si só, não é o suficiente.