A cartografia possibilita a compreensão da espacialização dos lugares, permitindo de forma intrínseca a construção do conceito de espaço geográfico, território, região e paisagem. Para além das representações, evidencia a realidade em suas variadas escalas, do local-global. Através da cartografia, a ciência geográfica se expressa, permitindo a leitura do mundo. Os conteúdos de Geografia são complexos, para além da teoria é preciso conhecer os elementos gráficos, visualizá-los. Nesse sentido, destaca-se a importância da cartografia tátil, que se constitui como recurso inclusivo, permitindo o desenvolvimento cognitivo e a construção do pensamento geográfico. Os mapas são analisados por meio do tato, são elaborados com materiais de diferentes texturas: tecidos, materiais reutilizados, miçangas, entre outros. Partindo desses pressupostos, o presente trabalho apresenta as possibilidades da cartografia inclusiva, como recurso potente para ensinar Geografia para os estudantes com deficiência visual. As questões norteadoras foram: Como construir conceitos de Geografia com estudantes com deficiência visual? Quais as possibilidades para tornar as aulas inclusivas e dialógicas? Como elaborar mapas inclusivos? Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico com abordagem qualitativa e de caráter exploratório, norteada pela perspectiva histórico-cultural e campo dos estudos sobre a deficiência e educação. A discussão teórica está relacionada com a tríade: ensino de Geografia inclusivo, cartografia escolar e processo de ensino-aprendizagem das pessoas com deficiência visual. Na elaboração e transposição de conteúdos do ensino de Geografia para estudantes com deficiência visual, os docentes devem partir da perspectiva de que o recurso tátil elaborado pode beneficiar todos no processo de construção do conhecimento, uma sala de aula inclusiva, é originada por concepções teórico-práticas fundamentadas na perspectiva histórico-cultural, valorizando as subjetividades de todos para consolidação de aulas com significado. Os docentes precisam compreender que as práticas inclusivas não são realizadas apenas no Atendimento Educacional Especializado, mas em todo o espaço escolar e na sociedade.