O presente artigo aborda as intervenções de uma estagiária de Psicologia em atendimento clínico a uma adolescente com Síndrome de Down durante o estágio profissionalizante em uma Instituição de Ensino Superior (IES). Utilizando a perspectiva Histórico-Cultural e os conceitos da Defectologia, o estudo tem o objetivo de realizar uma reflexão teórico crítica acerca das contribuições dessa teoria para promover o desenvolvimento da pessoa com deficiência considerando as intervenções em saúde e educação, em interface com os estudos sobre interseccionalidade, buscando compreender como as categorias de gênero, deficiência, raça e classe se coadunam para a produção de contextos de vulnerabilidade e fomentam processos de exclusão. O atendimento psicológico possibilitou compreender o percurso da adolescente, seu desenvolvimento e contexto social. Os processos de exclusão em função da classe social, de aspectos étnico-raciais e por ter uma deficiência, prejudicaram seu desenvolvimento, mesmo tendo frequentado a escola e recebido tratamento em saúde desde a infância. A partir dos pressupostos teóricos adotados, as intervenções realizadas em psicoterapia buscaram promover o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Conclui-se que é necessário que as mediações realizadas em saúde e em educação devem promover sua inserção em políticas públicas para que possam compensar as barreiras culturais para seu desenvolvimento e aprendizagem.