O artigo versa sobre a educação inclusiva em Moçambique, política que o Governo assume desde 1998, com apoio da UNESCO, visando combater a exclusão educacional e promover a escolaridade para todas as crianças. A ausência de políticas inclusivas pode concorrer para que muitas crianças em idade escolar desistam da escola. O artigo apresenta os resultados de uma revisão de literatura acerca da educação inclusiva em Moçambique, tendo por referência artigos científicos escritos em língua portuguesa, localizados através plataforma digital Google Acadêmico. Os termos de busca utilizados foram “educação inclusiva em Moçambique” e “educação especial em Moçambique”. Excluídos os títulos repetidos e os que se referem a outros tipos de trabalho acadêmico, restaram 10 artigos publicados de 2014 a 2022, cujos temas convergiam em “práticas pedagógicas inclusivas, estratégias de ensino e aprendizagem efectiva», que foram lidos integralmente. Como resultado, verificasse que há abrangência significativa em termos de divulgação das matérias ligadas a inclusão de crianças nas escolas, que algumas delas contam recursos materiais como máquinas braile, pautas, punção e impressoras braile. Outrossim, professores com conhecimento e formação em educação inclusiva, bem como em língua de sinais e grafia braile. Há também centros de educação especial, como os CREIs, nas províncias de Nampula, Tete e Maputo. Contudo, o país ainda enfrenta dificuldades na efetivação plena da inclusão nas escolas, devido ao número reduzido de professores com formação em matéria de inclusão, recursos materiais insuficientes para responder à demanda, escolas sem condições físicas apropriadas, aspectos culturais que dificultam a mudança de comportamento de alguns professores, exiguidade de fundos para adequação das escolas às necessidades da inclusão. Todos esses aspectos contribuem para que a educação inclusiva em Moçambique esteja aquém do planificado.