Durante muito tempo os projetos educacionais apontavam uma cultura promotora do individualismo e da dualidade do psiquismo humano, com uma supervalorização do cognitivo em detrimento das emoções e afetos no processo de ensino-aprendizagem. Com o advento das neurociências e, por consequência da neuroeducação, percebeu-se que a afetividade desempenha um importante papel na constituição do sujeito, sendo capaz de impactar substancialmente no processo de aprendizagem escolar. Destarte, este estudo objetiva analisar a importância da afetividade na escola como um elemento propulsor para o desenvolvimento integral e, por consequência, uma aprendizagem transformadora. Para tanto, foi desenvolvido uma revisão bibliográfica de dissertações publicadas, entre os anos 2020 a 2024, no portal da CAPES. Utilizou-se como palavras-chave: Afetividade, cognição e processo de ensino-aprendizagem. Foram selecionados os trabalhos fundamentados, principalmente, pelas teorias psicogenéticas representadas por teóricos de visão interacionista que defendem a integralidade do indivíduo, tais como Piaget, Lúria, Leontiev, Vygotsk e Wallon. Os principais resultados indicam que a capacidade de processar informações e transformá-las em conhecimento, envolvem uma série de habilidades executivas que tendem a ser influenciadas pelas manifestações subjetivas do ser humano expressas pelas emoções e sentimentos, considerando-se assim efeitos da influência afetiva que detém um importante componente para a formação do equilíbrio e da personalidade. Observou-se ainda que embora a inteligência e a afetividade possuam naturezas distintas, elas são indissociáveis na conduta inclusiva e uma boa relação professor-aluno é imprescindível para uma aprendizagem significativa. Constatando-se a real necessidade de modificar o sistema educacional afim de superar a divisão clássica e opositora da razão-emoção, rompendo definitivamente as barreiras segregacionistas em ambiente escolar.