O bilinguismo como proposta para a educação de surdos se refere ao repertório de línguas que muitos desses sujeitos podem utilizar para fins interacionais e de aprendizagem. No caso do Brasil, o trabalho linguístico com o surdo dentro dessa proposta pressupõe a língua de sinais como primeira e a língua portuguesa como segunda, geralmente na modalidade escrita. Acrescentamos a esse debate o inglês como terceira língua, também na modalidade escrita. Parte daí nosso objetivo de traçar reflexões acerca da dimensão escrita da língua inglesa no ensino-aprendizagem de estudantes com surdez. Para reforçar nossos argumentos, traremos à discussão relatos do trabalho realizado em três escolas públicas da cidade do Recife. A fundamentação basear-se-á em teóricos e pesquisadores como Grosjean, Moraes, Sousa e Vygotsky, entre outros. A metodologia adotada foi a qualitativa, de caráter descritivo, de acordo com as orientações de Triviños, que trata da pesquisa qualitativa em educação. Os dados foram analisados dentro dos princípios da análise de conteúdo de Bardin. Os resultados indicam que o ensino de inglês deixa a desejar para todos os alunos, surdos ou ouvintes, e que os surdos parecem estar ainda mais excluídos do aprendizado na sala de aula de língua estrangeira. Mais além, destacamos, o trabalho evidencia da necessidade de se refletir sobre como atuar em salas inclusivas sem prejudicar o trabalho com a oralidade da língua inglesa que vai ser enfatizado para estudantes ouvintes e ao mesmo tempo oferecer alternativas para que os surdos possam se beneficiar com o trabalho de leitura e escrita. Com este texto, pretendemos estimular debates sobre a qualidade do ensino de línguas estrangeiras para surdos, incentivando os professores a expandirem suas abordagens teórico-metodológicas em relação a esse idioma.