RESUMO O presente artigo tem por objetivo geral analisar o papel da linguagem cênica como recurso para a inclusão, especialmente junto às crianças e adolescentes com deficiência visual, intelectual e com o transtorno do espectro autista (TEA). Por objetivos específicos tivemos os seguintes: a) compreender a linguagem cênica e seu papel nos processos de construção de conhecimento; b) traçar um perfil do público-alvo envolvido na experiência relatada; c) apresentar a experiência do ICPAC (Instituto de Cegos da Paraíba) com usuários com deficiência visual, intelectual e com o TEA. A metodologia adotada foi a pesquisa-ação, onde os pesquisadores se envolveram diretamente na rotina da instituição, planejamento, executando, registrando e avaliando os resultados alcançados. A experiência culminou com a encenação de um Auto de Natal, com a participação de 20 usuários sob a coordenação de 10 profissionais do ICPAC. E os resultados demonstraram que a linguagem cênica promoveu interação entre os participantes, além de possibilitar o desenvolvimento de habilidades sociais, melhoria da linguagem oral, expressão e comunicação e construção de significados especialmente relevantes para as crianças e adolescentes com deficiência visual, intelectual e com o TEA. Concluímos, assim, que a linguagem cênica, na experiência em destaque, assumiu o papel de instrumento educativo e arte-terapêutico, promove avanços significativos no processo de interação social, acolhendo as singularidades e apontando novos ganhos educativos no processo de inclusão de crianças e adolescentes com deficiência visual, intelectual e com o TEA, participantes das atividades do ICPAC.