O ensino de língua portuguesa propicia explorar e refletir acerca da língua oficial do país e, consequentemente, de desenvolver indivíduos para uso crítico e consciente de sua língua, seja no falar, ler e escrever. Nesse ínterim, nas reflexões formais acerca da língua, é válido considerar os diferentes sujeitos envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem, buscando ultrapassar práticas pedagógicas de cunho segregador, abrindo caminho para a consideração da diversidade humana e incluindo os alunos autistas nas atividades propostas. Diante do exposto, o presente estudo objetiva apresentar uma proposta didática inclusiva no ensino de substantivos tendo a mímica como ferramenta de adequação curricular para alunos autistas, descrevendo a prática dessa proposta. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, de caráter qualitativo, ocorrida em duas etapas, primeiramente o processo de desenvolvimento da proposta didática com adequação curricular para o ensino da classe dos substantivos, lançando mão da mímica como instrumento lúdico e acessível e, em seguida, a intervenção em uma sala de aula série, escola pública estadual da Paraíba, numa turma de 6o ano, no componente de Língua Portuguesa. Os principais resultados revelam que a mímica como ferramenta para a inclusão de alunos autistas favoreceu a sociabilização da aluna com Transtorno do Espectro Autista, assim como propulsou seu desenvolvimento no referido componente curricular. Assim, coadunado com Boer (2012), a adequação curricular é vista como aquela que engloba modificações no processo de ensino para que se possa favorecer o processo inclusivo no ensino regular. Desse modo, utilizar adequações curriculares propicia que a diversidade de alunos em sala de aula seja abarcada pela proposta didática do professor, uma vez que ao considerar as características do perfil do alunado, é possível ao professor adotar em seu planejamento as adequações para que sua proposta não se materialize de forma restrita a uma parte do alunado e, consequentemente, a aprendizagem.