Ao documentar pedagogicamente o cotidiano escolar no contexto da Educação Infantil, criamos elementos de memória, recuperamos episódios e acontecimentos vividos, valorizando todas as formas de expressão da criança, dando ênfase à fala nos momentos de rodas dialógicas. Quando pensamos em estudantes autistas não-verbais, embora eles não vocalizem suas percepções, notamos que se utilizam de emoções e expressões faciais que representam de forma significativa e com bastante sentido suas aprendizagens. Dessa forma, no presente trabalho buscamos compartilhar a produção de documentação pedagógica, a partir dos registros de momentos e propostas desenvolvidas com um estudante autista não-verbal pertencente à Educação Infantil, pelos quais buscamos conhecer as crianças e as suas histórias; compreendendo-as como fundamentais na organização e reflexão sobre o desenvolvimento e aprendizagem delas. Nossa metodologia fundamentou-se nos princípios da teoria histórico-cultural, abrangendo estudos sobre o autismo, documentação pedagógica, análise de material e aportes teóricos que concebem as contribuições da mediação e o estudante como sujeito de sua aprendizagem. Nesse sentido, a ação pedagógica é registrada de modo reflexivo, e para além das atividades impressas, os registros analisados se mostram significativos e permitem organizar e descrever as expressões das crianças, contribuindo assim com a avaliação em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento. Como resultados, identificamos que cada registro presente na documentação pedagógica está carregado de expressões e mediações que permitiram aos estudantes autistas, de uma maneira mais representativa o possível, participar ativamente das experiências vivenciadas no cotidiano infantil.