Compreendemos o ato educativo como meio de desenvolvimento cultural do sujeito, partindo do pressuposto de que a aprendizagem precede o desenvolvimento e que as atividades experienciadas no campo social, que compõem o plano interpsicológico, impactam objetivamente no desenvolvimento psíquico, no campo intrapsicológico (Vigotski, 2009, 2022). Dessa maneira, o presente relato é fruto de um recorte de oficina desenvolvida em uma turma de licenciandos em Pedagogia matriculados em Atividades Curriculares de Extensão (ACE), na Universidade Federal de Alagoas (UFAL)/Campus de Arapiraca, como parte do processo de estágio de docência associado ao Programa de Pós-graduação em Ensino e Formação de Professores (PPGEFOP/UFAL). A oficina proporcionou trocas e discussões bastante pertinentes para a reflexão sobre a inclusão de indivíduos cegos e com baixa visão na sociedade, com especial destaque em escolas públicas regulares de Educação Básica. De forma geral, neste trabalho buscamos refletir sobre a Cartografia Tátil como uma ferramenta metodológica de acessibilidade comunicacional para o ensino de Geografia a pessoas com deficiência visual, bem como discutir sobre como o ensino de seus conteúdos curriculares costuma ocorrer nos anos iniciais da Educação Básica, considerando pressupostos teórico-metodológicos da educação inclusiva. Para tanto, tomamos como base uma experiência desenvolvida em oficina destinada a licenciandos em Pedagogia e comunidade extensionista, de modo a problematizar a importância de tais conteúdos e abordagens junto à formação inicial e continuada. Norteando a discussão, buscamos abarcar alguns conceitos elementares da Cartografia Tátil, pensando na inclusão da pessoa com deficiência visual dentro do contexto formal da escola regular. Por fim, as experiências adquiridas através da Oficina foram muito ricas e cumpriram o seu papel de contribuição para a formação inicial dos discentes envolvidos, bem como para a sensibilização dos participantes em geral, fortalecendo os princípios da Educação Inclusiva.