Este trabalho aborda como favorecer a comunicação do estudante com transtorno do espectro autista (TEA) no ensino superior por meio de uma intervenção pedagógica. Os objetivos foram identificar as estratégias de comunicação que o estudante com TEA usa para perceber o mundo sócio-histórico e cultural, reconhecer como esse sujeito o estudante com TEA representa suas experiências sociais, analisar como o uso de um novo repertório linguístico favorece a criação de estratégias na sua atuação cotidiana, e rever o uso das estratégias de intervenção para dinamizar a compreensão e a expressão de conceitos sociais, culturais e históricos pelo estudante em questão. Para desenvolver a proposta de intervenção pedagógica, foi feita uma pesquisa bibliográfica qualitativa de natureza explicativa, recorrendo aos estudos do desenvolvimento humano histórico-cultural, iniciados com Lev Semionovich Vygotsky (1896-1934), e teóricos contemporâneos que trabalham a comunicação da pessoa com TEA, tais como Griesi e Sertié (2017), Mizael e Aiello (2013), Gomes e Mendes (2010), entre outros. Recorreu-se à pesquisa-ação como melhor estratégia de execução e observação dos resultados. As ferramentas usadas foram a plataforma Mentimeter e o aplicativo Jamboard, reconhecidos como de fácil acesso e uso, para estimular a reflexão e a expressão do estudante com TEA em atividades individuais e em grupo. O uso de tais ferramentas permitiu uma aproximação com o estudante, bem como compreender suas necessidades de comunicação e pensar em abordagens mais apropriadas de intervenção didático-pedagógica. Ao final, entende-se que a intervenção possibilitou a identificação de uma diversidade de elementos linguísticos e signos que são usados pelo estudante em seus discursos escritos e orais, a melhoria da sua expressão e compreensão conceitual a partir da ampliação de seu repertório linguístico e imagético, bem como apresentou ao mediador/professor a oportunidade de rever as estratégias que foram bem sucedidas e as que devem ser evitadas ou revisitadas.