Os espaços de forma geral são pensados e organizados para atender um corpo padrão. Este corpo é compreendido neste trabalho enquanto um corpo hegemônico, representativo de um discurso específico que privilegia características de gênero e sexualidade. Como qualquer espaço a escola se apresenta como representante desse discurso. Leva-se em consideração a onda neoconservadora, já em curso na América Latina, que se consolida no Brasil após o Golpe de 2016. Movimento este que aproxima o Estado brasileiro da religião, e provoca uma mistura entre eles, que compreendemos como a perda de laicidade do Estado. Neste movimento percebemos dispositivos biopolíticos de controle, que tendem a disciplinar os corpos das e dos estudantes nas escolas. Nossas impressões partem das observações feitas nos últimos dois anos, oriundas da experiência de aluno estagiário em uma escola pública localizada na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro. Nosso objetivo principal é o discutir como esse discurso atua de forma opressora, e está apoiado na materialidade simbólica espalhada no espaço físico da escola.