Neste artigo, tratamos do território étnico quilombola na região de Sorocaba, interior de São Paulo, no município de Salto de Pirapora, o Quilombo Cafundó. Onde há, em toda a sua constituição a preocupação com a manutenção do seu modo de vida material e simbólico. Pretende-se compreender os modos de constituição da noção de comunidade e território a partir da memória de Vó Ifigênia, figura de grande importância, uma das fundadoras do quilombo junto com sua família, e de como a memória torna-se base educadora de um modo de vida coadunado com valores civilizatórios de matriz africana. Em diálogo com Nêgo Bispo, queremos refletir sobre a necessidade de reconhecermos e firmamos espaços de saberes não hegemônicos e contra-colonial. Reflexões acerca da necessária proteção de saberes ancestrais fora do sistema mercadológico da academia ao mesmo tempo que a presença destes saberes torna-se também necessária para ampliar as perspectivas dentro destes espaços, em um movimento de contra força ao epistemicídio acadêmico.