O presente trabalho visa apresentar as discussões mobilizadas em um minicurso ministrado em um evento da área de Educação Matemática. O foco da formação foi apresentar questões envolvendo os estudos raciais, de gênero e sexualidade no contexto do ensino de matemática e das pesquisas em Educação Matemática. A justificativa se deu pela necessidade de abordar tais temáticas nas aulas de matemática num país profundamente marcado pelo racismo, misoginia, machismo e LGBTIA+fobia, uma vez que corpos dissidentes se encontram nas salas de aula das escolas e no contexto da formação de professoras/ies/es. Neste trabalho, refletindo como foi no minicurso, será adotada uma perspectiva teórica que contemple questões raciais, de gênero e sexualidade no contexto brasileiro, particularmente suas interfaces com a educação. Em particular, o diálogo será com base em trabalhos do campo da Educação Matemática que fazem coro a essas demandas, culminando assim no debate sobre a inclusão das diferenças. As discussões mobilizadas no minicurso dizem respeito às demandas que as/os professoras/es cursistas trouxeram das suas práticas docentes, como a questão dos termos racistas utilizados entre estudantes/ies; a questão do uso do nome social na escola e suas problemáticas; o uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero; assim como o isolamento de pessoas de gênero e sexualidade dissidentes no ambiente escolar em contextos urbanos e do campo. Como resultados, percebe-se a importância dessa discussão no âmbito da formação continuada de professoras/ies/es das ditas ciências exatas, assim como ressalta-se a necessidade de espaços em que esses debates sejam possíveis.