O pensamento e a proposta de uma Educação Física sustentada por uma pedagogia decolonial e intercultural, possibilitou a discussão de uma prática historicamente carregada de estigmas sociais, vinculada às strippers e boates noturnas, o Pole Dance. O Pole Dance consiste em uma prática que envolve realizar acrobacias e danças com uma barra de metal na vertical. Desdobrado em diferentes vertentes, uma delas, o Pole Sport, possibilita a inserção de crianças e adolescentes na modalidade, a partir de uma sistematização e uma esportivização. Assim, estudantes de ensino fundamental, que participam de uma pesquisa-ação de um projeto de mestrado, foram convidados a questionar, pensar e refletir, junto das ressonâncias envolvendo a modalidade. Dessa forma, o objetivo do trabalho é analisar e compreender como uma vivência de Pole Dance ressoa nos/as estudantes do sexto ano do ensino fundamental da Escola Estadual Abya Yala, em Porto Alegre/RS. Partilhando da noção de ressonâncias como implicações sutis, particulares e subjetivas e, com a intenção de compreender como elas são significadas pelos/as estudantes, optamos pela pesquisa narrativa como caminho teórico-metodológico. A vivência de Pole Dance produziu ressonâncias heterogêneas nos estudantes, sendo o gênero, a sexualidade, a sensualidade e a erotização as temáticas que mais dividiram opiniões sobre a prática do Pole Dance na escola. Desse modo, a oferta, o convite, o encontro e o diálogo se apresentam como instrumentos importantes para refletir o monopólio cultural que as práticas hegemônicas não raramente operam.