Este artigo, de cunho reflexivo e teórico, ao tomar por base um corpus de filmes brasileiros contemporâneos com poéticas e estéticas dissidentes, busca colocar em cotejo elementos das teorias queer com leituras filosóficas a respeito da ideia de “alegria”. Seria a “alegria” um caminho possível para pensarmos a arte queer? Questionamo-nos sobre em que espectros podem estar situadas sensibilidades dissidentes contemporâneas, e em que medida o vocábulo “alegria” pode nos informar e contribuir para a concepção de uma chave de leitura estética, em especial do audiovisual brasileiro recente. Para pensar uma possível “alegria queer”, valemo-nos sobretudo da “alegria trágica” em Nietzsche e Clément Rosset e na “regência da alegria” em Muniz Sodré. Ao enunciarmos uma chave de leitura estética, buscamos expandir e complexificar modos pelos quais podemos compreender o fazer artístico dissidente nos dias de hoje, bem como somar às chaves de leitura já ofertadas e debatidas nos estudos queer contemporâneos.