Recentemente o Supremo Tribunal Federal equiparou ofensas proferidas às pessoas LGBTQIAPN+ com crime de injúria racial. Em decorrência disso, crimes de homotransfobia passam a ser tipificados como crimes de racismo, portanto, não imprescritíveis. Depreende desta decisão alguns sinalizadores, como a omissão do Congresso frente às demandas sociais, e a aproximação conceitual de homotransfobia ao racismo, conforme Munanga (2003) que tende a hierarquizar e classificar grupos pela intrínseca relação entre físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e o cultural. Não obstante, entendemos a necessidade da compreensão conceitual de termos como racismo, preconceito, injúria racial, humanidade, homotransfobia, e como estes afetam as comunidades negra e LGBTQIAPN+, e quais os possíveis impactos sociais e políticos a partir desta equiparação no âmbito legislativo. Assim, o presente trabalho busca, pela metodologia da revisão bibliográfica, nas bases de dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e no Scielo, analisar racismo e homotransfobia, relacionando conceitos e teorias, com base no Estatuto da Igualdade Racial e Princípios de Yogyakarta. Como resultado observou-se uma expansão nas publicações destas temáticas, concluindo para a necessidade de debates para o combate às diversas formas de inferiorização e retirada da humanidade dos sujeitos.